O período de defeso, encerrado em 31 de outubro, foi fundamental para garantir a reprodução das espécies da Lagoa de Araruama. Durante a pausa obrigatória na pesca, os pescadores aproveitaram o tempo para realizar a manutenção e a reforma de seus equipamentos, preparando-se para o retorno às atividades.
Nesse contexto, a classe pesqueira contou com a Bolsa Socioambiental concedida pela Prolagos. Em parceria com seis associações de pesca dos municípios da área de concessão, a empresa contemplou os pescadores associados com o valor total de R$ 120 mil, divididos igualmente para cada instituição. A quantia é integralmente aplicada pelas colônias e associações em ações estratégicas de estruturação e apoio.
“A gente se reúne e decide onde quer usar a Bolsa. Já colocamos uma placa de energia solar e a gente conseguiu instalar um elevador para acionar os barcos dos pescadores para tirá-los da água. E, neste ano, a gente está também com outro projeto para o uso da Bolsa. Então, ela é de suma importância para o pescador”, contou Paulo Cesar Pinheiro, o “Azeredo”, presidente da Associação de pescadores da Praia da Baleia.
Com o recurso da Bolsa Socioambiental de 2025, as associações e colônias de pesca cadastradas poderão investir na melhoria da infraestrutura e no apoio aos pescadores, com foco em atender a coletividade, fortalecendo a atividade para o pós-defeso.
“É gratificante acompanhar a dedicação desses profissionais. A Bolsa Socioambiental não é apenas um repasse de recurso, é um reconhecimento do trabalho essencial que eles fazem”, disse a coordenadora de Responsabilidade Social da Prolagos, Aline Araújo.
Na Associação da Praia da Baleia, os profissionais investiram o recurso de 2024 na melhoria das condições de trabalho, com aquisição de materiais e estrutura de espaço coletivo. Outro exemplo foi a Colônia Z-29, de Iguaba Grande, que fez a compra de equipamentos de proteção, como jardineiras e casacos, que foram doados a pescadores.
O incentivo à pesca vai além do auxílio financeiro. A Prolagos também apoia projetos focados no Turismo de Base Comunitária (TBC), beneficiando sete associações e colônias das cidades atendidas pela concessionária. Um exemplo é o projeto “Pescando Tradições e Compartilhando Saberes”, que visa fortalecer a cultura pesqueira, capacitando pescadores e adequando embarcações para receber visitantes.
A iniciativa também promove o empreendedorismo feminino através da confecção de biojoias, onde artesãs, muitas vezes esposas de pescadores, transformam resíduos como escamas de peixe em peças de adorno, unindo sustentabilidade, cultura e complementação de renda para as famílias.
“Acreditamos que o desenvolvimento sustentável só é possível quando caminhamos junto com quem faz parte da nossa história. Por isso, temos muito orgulho de apoiar os pescadores locais, oferecendo recursos que serão investidos em iniciativas voltadas para o fortalecimento da atividade pesqueira e a melhoria da qualidade de vida desses profissionais. Esse apoio é mais do que um compromisso financeiro, é uma demonstração de respeito por quem vive da Lagoa de Araruama, contribuindo diariamente para a cultura, a economia e a sustentabilidade da nossa região”, acrescentou a executiva Institucional, Roberta Moraes.
De acordo com o Projeto Imersão, da Universidade Veiga de Almeida, que acompanha o desenvolvimento do setor com a estatística pesqueira, a atividade na região é uma importante geradora de emprego e renda: para cada emprego direto na água, outros quatro são gerados em terra firme, movimentando milhões de reais por ano.
