Um episódio de violência contra um árbitro no Campeonato da Amizade de futebol amador, em Búzios, no último domingo (8), foi o estopim para que os profissionais da classe decidissem realizar uma paralisação de 14 dias das competições do esporte.
Conforme a súmula, aos 80 minutos, o árbitro levou um soco no rosto e um chute no joelho por parte de um jogador do time Skank FC. A motivação seria a não aceitação de um gol da equipe oponente, a São Jacinto. Quem estava no local aponta erro da arbitragem em alguns momentos da partida, mas reafirma que “nada justifica tanta violência”.
No caso, um dos jogadores teria “peitado” o árbitro, que, ainda segundo a súmula, logo aplicou o cartão amarelo. Posteriormente, o atleta teria xingado o profissional, recebendo um cartão vermelho em resposta. A penalidade foi a “gota d’água” para o início da agressão.
De acordo com Victor Caetano, representante dos árbitros da Região dos Lagos, a partida de domingo era um dos confrontos das quartas de final, sendo jogo de volta. Ele explicou que, no primeiro jogo, o São Jacinto tinha ganhado do Skank FC por 3 a 0.
E, nesta segunda partida, conforme Caetano, até o momento de violência, o São Jacinto também estava vencendo, só que por 4 a 2. Então, quando o time fez mais um gol, tudo aconteceu.
Segundo a súmula, após a agressão, “jogadores, torcedores e diretores da equipe do Skank FC invadiram o campo de jogo, foram na direção dele (árbitro) e o agrediram de todas as formas, com chutes e pontapés, o deixando totalmente acuado e sem defesa”.
No caso, o relato aponta que o profissional apenas teria sido “retirado” do tumulto quando a equipe do São Jacinto se aproximou para ajudá-lo. Posteriormente, a súmula afirma que ele teria conseguido, neste momento, uma brecha para correr para o vestiário dos árbitros, onde afirma ter ficado 20 minutos. Também foi relatado que a diretoria e equipe do Skank FC teriam tentado invadir o local onde o mesmo estava.
O representante dos árbitros contou ao RC24h que a vítima está com medo de fazer um boletim de ocorrência e que, no dia, a Polícia Militar não foi acionada.
Ainda na súmula, consta que “a equipe do Skank não ofereceu nenhuma segurança para equipe de arbitragem do início ao fim do jogo”.
Skunk FC comenta o caso
Procurada, a diretoria do Skunk FC lamentou o caso e enfatizou ser contra todo tipo de violência, seja ela física ou verbal. Confira:
“A diretoria do SKANK FC é contra todo tipo de violência, seja ela física ou verbal. Infelizmente, em campo aberto, não temos como controlar as pessoas que estão assistindo à partida. Sobre esses jogos, já havíamos conversado sobre a necessidade de policiamento no campo de futebol, mas, infelizmente, a organização do campeonato não tomou providências a respeito. Durante toda a confusão, eu e a diretoria do SKANK tentamos intervir.
Muitos querem organizar campeonatos e pensam que é brincadeira, visando apenas o lucro. Isso é muito complicado.
Nada justifica a atitude dos envolvidos na confusão. Sou totalmente contra qualquer tipo de violência”.
Sobre o fato de não ter oferecido nenhuma segurança para a equipe de arbitragem, a diretoria nega e afirma ter ajudado no momento da confusão.
“Teve jogador e a galera da diretoria que estava tentando segurar o pessoal”, declarou.
Sobre o campeonato
O Campeonato da Amizade é uma competição tradicional em Cabo Frio e São Pedro da Aldeia, realizada por clubes tradicionais amadores da região.
Neste ano, três clubes convidados de Búzios, Skank, Manguinho e Só Responsa, também participaram.
A competição é particular, organizada pelas equipes sem o auxílio de órgãos públicos. Os valores arrecadados com inscrições são convertidos em premiações.
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida e pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco.
Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.
É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.
