Em uma sequência de postagens nos stories do Instagram na noite de quinta-feira (5), Orochi falou sobre a abordagem da Polícia Civil após o vídeo de um homem dançando com uma arma ser publicado no perfil do cantor, em uma mansão onde o mesmo passava as férias em Búzios.
Ele pediu desculpas aos mais de 6,8 milhões de seguidores e afirmou que as imagens eram privadas. O rapper também disse que a arma era legalizada e estava sem munição.
“Sendo que a arma era legal, estava dentro da lei, estava desmuniciada, era do segurança que estava levando a joia para casa e estava tudo dentro da lei. Só que a rapaziada, as emissoras, todo mundo, preferiu colocar como associação. Vocês acham que isso é à toa? Vocês acham que isso não tem um pré-julgamento? Para mim está nítido, estampado”, disse o rapper.
O artista criticou quem o associou a criminalidade, sem julgamentos.
“Mas eu acho engraçado que, por ter sido uma arma e eu que postei, a maneira como a história se desenrolou foi diferente. Ninguém parou para pensar que poderia ser uma parada para clipe, ninguém me deu o benefício da dúvida. Todo mundo já veio, sem exceção, criticando e fazendo uma associação ao crime”, afirmou o artista.
Ele confirmou a versão dada pelos policiais militares que faziam a segurança dele de que estavam armados por causa do transporte de uma joia no valor de R$ 500 mil.
De acordo com a Polícia Civil, a espingarda apreendida é legalizada.
Crítica à abordagem
Orochi chegou a criticar a abordagem da Polícia Civil, que realizou busca e apreensão na casa onde ele estava hospedado em Armação dos Búzios e na lancha onde ele estava na Praia dos Ossos.
“Eu canso de ver postarem foto com arma, colecionadores, políticos, quem tem aquele documento, CAC, que é o documento para ter a posse da arma. Eu canso de ver gente postar a foto, mas eu não vejo tendo casa invadida, busca e apreensão, entrar em viatura, ser conduzido, ficar 10 horas na delegacia desenrolando”, afirmou.
O rapper prestou depoimento por cerca de cinco horas e depois foi liberado.
De acordo com Rodrigo Barros, delegado responsável pelo caso, até o momento não foi constatado que houve uma fala ou incentivo ao uso de arma.
O artista pediu desculpas pela exibição do vídeo do homem dançando com uma espingarda calibre 12 no perfil, pois se tratava de imagens que deveriam ser privadas e que isso “foi um erro gravíssimo”.
“Achei desnecessário algumas coisas, mas peço desculpas a todos, a toda a ‘menorzada’ que me segue. Mas também não é só de notícia ruim que a gente vive”, finalizou Orochi.
O rapper disse ainda que responderá as críticas por meio do trabalho e anunciou o lançamento de um novo álbum na próxima segunda-feira (9). Segundo ele, o trabalho se chama “Vida Cara”, mesma inscrição da joia que, de acordo com os depoimentos, justificaria o transporte por seguranças armados.
“Segunda-feira vou soltar nas ruas o álbum mais sinistro da minha vida”, disse Orochi em postagem.
Investigação segue
Agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), responsável pelas investigações sobre a postagem do vídeo do homem com uma arma, analisam imagens da casa onde Orochi e sua equipe estavam hospedados. Os investigadores querem saber se ele também pegou a arma, que foi apreendida.
O delegado Rodrigo Barros informou que todas as gravações do sistema de segurança da casa foram apreendidas e estão sendo analisadas.
“Foi encontrada uma certa quantidade de drogas dentro da casa e, dentro da casa, havia um veículo com uma espingarda calibre 12. Pelo vídeo, parecia ser um fuzil, mas era uma espingarda calibre 12, que é uma arma de uso permitido. A arma pertencia ao policial militar e estava no veículo de outro policial militar, que não era o dono da arma, e os dois seriam os seguranças de Orochi”, disse o delegado.
Os dois policiais militares que faziam a segurança de Orochi, um lotado no 7º BPM (São Gonçalo) e outro no 5º BPM (Praça da Harmonia), chegaram a ser detidos, mas foram libertados após o pagamento de fiança.
Os dois têm porte de arma. Um deles é o dono da espingarda calibre 12 e o outro é dono do carro onde ela foi encontrada.
Eles foram presos porque quem segura a arma no vídeo é o produtor musical Matheus Portugal, que não tem porte. Matheus será indiciado.
PMs que estavam com Orochi afirmam que faziam escolta de joia avaliada em R$ 500 mil
Os dois policiais militares lotados no 5º BPM (Praça da Harmonia) e no 7º BPM (São Gonçalo) afirmaram à Polícia Civil que estavam armados para realizar a escolta de um cordão avaliado em R$ 500 mil usado pelo rapper Orochi. Segundo o delegado Rodrigo de Barros, titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), responsável pela investigação envolvendo o cantor, o valor foi confirmado pelo próprio artista.
Os seguranças foram presos por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, em Búzios, na Região dos Lagos, na madrugada desta quinta-feira (5), e liberados após pagamento de fiança. Os dois PMs faziam a segurança de Flávio Cesar Costa de Castro, cantor de rap conhecido como Orochi, e foram flagrados com uma espingarda calibre 12 camuflada, cuja imagem foi postada pelo cantor nas redes sociais.
O cordão de ouro, com o dizer “Vida cara”, foi ostentado pelo cantor durante a viagem para Búzios. Vídeos e fotos compartilhados em sua rede sociais mostram o artista curtindo o dia em uma lancha ao lado dos amigos.
Além de Orochi e os dois PMs, um quarto homem indiciado é amigo do cantor, o produtor musical Matheus Portugal, que trabalha com o também rapper Marlon Brandon Coelho Couto Silva, o MC Poze do Rodo, e foi identificado como quem aparece nos vídeos segurando a espingarda. Ele não estava na casa, mas também responderá pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
Na residência foram encontradas algumas drogas, como maconha, ecstasy e loló, além de uma pistola. Segundo a Desarme, as gravações do sistema interno de segurança do imóvel foram apreendidas e será verificado se Orochi ou algum outro amigo portou a arma de fogo durante a estadia no local.
*Com informações do G1 e Meia Hora.
Pós-graduada em Jornalismo Investigativo pela Universidade Anhembi Morumbi; e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.
Atuou como produtora/repórter na Lagos TV, Coordenadora de Programação na InterTV - Afiliada da Rede Globo, apresentadora na Rádio Costa do Sol FM e editora no Blog Cutback. É repórter no Portal RC24h desde 2016 e coordenadora de reportagem desde 2023, além de ser repórter colaboradora no jornal O Dia/Meia Hora. Também é criadora de conteúdo para a Web 3.0 na Hive.
Vencedora do 3º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web.