22/08/2025 — 21:33
  (Horário de Brasília)

AGOSTO LILÁS/ Mulheres denunciam falta de atendimento no contato da DEAM de Cabo Frio

Em pleno mês de combate à violência contra a mulher, telefone atualizado da delegacia não está divulgado em canais oficiais, dificultando o acesso de vítimas

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Em pleno Agosto Lilás, mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, denúncias recebidas pelo Portal RC apontam falhas nos canais de atendimento da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cabo Frio.

A reportagem testou os contatos disponíveis. Pelo 180, canal nacional do Governo Federal, o atendimento ocorreu de forma imediata, com acesso direto a uma atendente que reforçou que o serviço funciona em todo o Brasil e também pode ser acionado por mulheres em outros países via WhatsApp.

Já ao tentar contato com a DEAM de Cabo Frio, pelos números divulgados no Google e até mesmo no Instagram oficial da unidade (que foi atualizado após o contato), não houve retorno, mesmo após várias tentativas. Questionada oficialmente, Polícia Civil informou por e-mail, que os telefones divulgados não são mais destinados ao atendimento ao público desde fevereiro deste ano, sendo utilizados apenas para uso interno dos investigadores.

Segundo a Polícia Civil, o número correto para contato é o (22) 99262-7100, voltado para informações gerais e apoio à comunidade durante o plantão. A corporação reforçou ainda que, em casos de emergência, devem ser acionados os números 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil), além do 180, que funciona como canal de denúncia e orientação.

No entanto, a realidade é que o número atualizado, até então, não constava em nenhum canal de busca online, nem mesmo nas páginas oficiais da própria delegacia, dificultando o acesso de mulheres em situação de violência. Isso foi atualizado após o contato da reportagem.

Uma vítima, que prefere não se identificar, contou ao Portal RC as dificuldades que enfrentou ao procurar atendimento na Deam de Cabo Frio:

“Falando como mulher em situação de violência. A Deam não dá qualquer tipo de assistência e, por muitas das vezes, até ‘atrapalha’ no momento da vítima realizar o BO. Em 2022, quando tentei fazer um boletim de ocorrência contra o pai da minha filha, o policial dificultou horrores e eu não consegui fazer. Foi um baque psicológico muito grande. Apenas consegui assistência quando fui com uma advogada que se compadeceu com o meu caso.”

Ela acrescenta que, em sua experiência, os equipamentos municipais oferecem apoio mais efetivo do que os estaduais:

“A assistência mesmo é dada pelo CEAM, mas eles não costumam procurar as vítimas depois do primeiro contato. Estive lá recentemente e fui muito bem atendida por uma advogada que me deu várias orientações, mas nunca mais falaram nada. Quem dá uma ótima assistência para as vítimas é a Patrulha Maria da Penha da GCM, que sempre entra em contato e realiza rondas próximo à residência das vítimas, mesmo sem solicitação.”

Agosto Lilás em alerta

O episódio levanta questionamentos sobre a eficácia da rede de proteção em Cabo Frio, sobretudo em um mês que deveria fortalecer os canais de denúncia e acolhimento às vítimas. Se o telefone atualizado da Deam não está facilmente acessível, como as mulheres conseguirão atendimento imediato em situações de risco ou necessidade de orientação?

Sabrina Sá
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