O Abrigo Carminha e Cidinha em Cabo Frio vai promover, mais uma edição do tradicional Arraiá Beneficente voltado à causa animal. O evento acontece no dia 6 de julho, a partir das 16h30, no pátio da Feira Sebastião Lan, localizado na Rua Inglaterra, no Jardim Caiçara.
Toda a renda será destinada ao projeto das protetoras Carminha e Cidinha, que cuida atualmente de cerca de 200 animais, entre cães e gatos, e que desenvolve há mais de 30 anos diversos trabalhos voltados à causa animal da cidade.
De acordo com as organizadoras, muitas pessoas estão empenhadas para o sucesso do evento, que terá fartura de comidas e bebidas típicas, música ao vivo, quadrilha, bingo, jogos, sorteios de brindes e outras surpresas.
“Só consigo manter meu compromisso como protetora de animais e fazer uma festa como essa com a ajuda de uma série de pessoas. O Abrigo tem um custo muito alto de manutenção. São cerca de 200 animais para alimentar, cuidar da higiene, entre outras despesas. Fora outros que resgatamos abandonados, acidentados e doentes, e que acabamos arcando do nosso bolso com vacinações, vermifugações e até internações e cirurgias de emergência em clínicas particulares. Para dar conta de tantas despesas, temos um bazar e realizamos diversas atividades no decorrer do ano para arrecadar fundos. Por isso, a participação, mobilização e contribuição de todos é sempre muito bem vinda e importante” – ressaltou Carmem Duarte, a Carminha protetora.
Interessados em ajudar no Arraiá e na manutenção do trabalho desenvolvido pelo abrigo podem obter mais informações através das redes sociais de Carminha Protetora e do Abrigo Carminha e Cidinha.
HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E SOLIDARIEDADE – Dedicação aos animais mudou o rumo da vida de Carminha e Cidinha
As irmãs Carmem Duarte e Maria Aparecida Duarte, conhecidas como Carminha e Cidinha, enfrentaram diversas dificuldades desde os primeiros anos de suas vidas. As duas ficaram órfãs ainda crianças, e foram privadas de todos seus direitos pela família que as adotou:
“Não podíamos estudar e nem interagir com ninguém. Vivíamos em situação análoga à escravidão. Éramos três irmãs (Carmem, Cida e Rita), ainda meninas, totalmente isoladas do mundo. Nessa casa onde passamos nossa infância, já havia uma moça adotada, a Lúcia. Ela era um pouco mais velha que a gente, e foi ela quem acabou desempenhando o papel de mãe em nossas vidas, nos acolhendo, educando e protegendo com muito carinho. Um dia, cansamos daquela vida e decidimos botar o pé no mundo. Chegamos em Cabo Frio ainda garotas. Passamos por momentos muito difíceis, mas, graças à Deus, sempre encontramos conforto e motivação umas nas outras para superar as adversidades” – desabafou Carminha.
Em determinado momento, as irmãs decidiram se dedicar à profissão de salgadeiras, e foi a partir dessa experiência que a vida delas começou a tomar um novo rumo:
“Parte da nossa produção era direcionada para a alimentação de alguns cachorros que vagavam aqui pela vizinhança. Quando nos demos conta, estávamos ajudando dezenas de animais, e a gratidão no olhar de cada um deles foi se tornando a nossa maior motivação de vida” – relembra Cidinha.
“Como morávamos em uma quitinete, não tínhamos condições de acolher nenhum daqueles animais em situação de rua, e isso nos deixava angustiadas. Conforme Deus foi nos ajudando, conseguimos melhorar nossa estrutura pessoal e colocamos em prática o antigo desejo de criar um abrigo que pudesse acolher animais da forma mais digna possível. Aquele sonho que começou na década de 90 hoje conta com uma grande rede de colaboração, mas, mesmo assim, encontramos muita dificuldade para cuidar de nossos animais e dar assistência às dezenas de pessoas que nos procuram todos os dias” – observou Carminha protetora.
