A família da jovem que passou por uma cesárea no Hospital da Mulher, em Cabo Frio, nesta sexta-feira (21), e que não estava grávida, está pedindo que a Prefeitura reveja a decisão de demitir os profissionais que participaram do atendimento. A medida teria sido tomada após a equipe médica constatar, durante o procedimento, que não havia bebês, apesar de a paciente afirmar estar esperando gêmeos.
Douglas Silva, de 23 anos, companheiro da jovem, afirma estar confuso com toda a situação e pede que a exoneração dos servidores seja revertida. Segundo ele, os profissionais sempre trataram a família com respeito e cuidado. “A gente só quer agora tentar reverter essa situação, porque quem colocou pressão fomos nós. A gente insistiu para que o parto acontecesse logo porque ela tinha exames recentes”, declarou.
A mãe de Douglas, Cristiane Silva, sogra da jovem, também afirmou que se sente responsável pela demissão da equipe. Ela relatou que insistiu para que a internação ocorresse justamente na sexta-feira (21), por considerar o dia com melhor plantão na unidade.
Cristiane contou que, ao longo do dia, ela e o filho pressionaram para que a cesárea fosse realizada sem a realização de novos exames, tendo em vista que a jovem teria realizado outros recentemente. “Fui eu que fiquei pedindo. Coloquei pressão desde cedo porque ela estava em jejum, com os exames todos recentes, e a gente acreditava em tudo. Agora os médicos foram mandados embora e a culpa não é deles”, disse.
A irmã de Douglas, Thainara Silva, de 22 anos, que também está grávida de nove meses, reforça o apelo. De acordo com ela, os mesmos profissionais que atenderam a cunhada são os que acompanham sua gestação. “Eles sempre foram muito atenciosos comigo. O problema nunca foi com eles”.
A jovem que teria mantido a falsa gestação também teria relatado, por mensagem de WhatsApp ao companheiro, que foi bem tratada pela equipe durante toda a internação.
Todos os familiares conversaram com exclusividade com o Portal RC24h. A família afirma, ainda, que pressionaram a equipe por medo dos bebês nascerem mortos, uma vez que, geralmente, gêmeos nascem com 36 semanas e os da ‘falsa grávida’ já estavam com 39. Até o momento, a Prefeitura de Cabo Frio não se manifestou oficialmente sobre a demissão dos profissionais nem sobre o pedido da família para reverter a decisão.
Confira as entrevistas:
Ludmila Lopes
Graduada em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há 4 anos e atua, desde 2022, como repórter no Jornal Razão, de Santa Catarina. É autora publicada, com duas obras de romance e quase 1 milhão de acessos nas plataformas digitais.
Vencedora do 6º Prêmio Prolagos de Jornalismo Ambiental, na categoria web. Pós-graduanda em Assessoria de Imprensa, Jornalismo Estratégico e Gestão de Crises pela Universidade Castelo Branco (UCB).