24/08/2025 — 20:45
  (Horário de Brasília)

1º Chá das Marias em Cabo Frio reúne mulheres em evento de conscientização e enfrentamento da violência doméstica

Evento reuniu mais de 60 pessoas nesse sábado (23), na Praça Gentil Gomes de Faria, bairro Passagem

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O clima acolhedor e uma emocionante roda de conversa marcaram o 1º Chá das Marias organizado pela Secretaria de Segurança e Ordem Pública, por meio da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal, na Praça Gentil Gomes de Faria, bairro Passagem, nesse sábado (23). O encontro, realizado na sede da Patrulha, contou com a participação de mais de 60 mulheres e ofereceu palestras sobre instrumentos de enfrentamento à violência, medida protetiva e combate ao ciclo de opressão, entre outros temas.

Durante pouco mais de duas horas, as participantes, muitas das quais assistidas e acolhidas pela Patrulha Maria da Penha, tiveram a oportunidade de receber orientação, tirar dúvidas e relatar, entre lágrimas, suas histórias de dor e superação acerca da violência sofrida em seus lares. Houve, ainda, distribuição de brindes e um lanche ao final do evento.

Vítima de violência no passado, a advogada criminalista, Shênia Mendes, alertou sobre o descumprimento da medida protetiva e suas consequências, explicando, ainda, as formas de violência em que, muitas mulheres estão inseridas, sem perceber.

“Não existe apenas a violência física, existem muitas que doem, desconstroem e incapacitam a mulher, que são as violências psicológica, patrimonial, a de vingança, que arrastam a mulher para o fundo do poço sem ela perceber. Não temos que morar nesse lugar de dor para sempre e os patrulheiros de Cabo Frio representam um avanço legal, a certeza de que a lei será cumprida”, refletiu ela.

Já a psicóloga Lorena Fernandes, da OAB Mulher, realizou uma dinâmica mostrando, na prática, como o ciclo de violência é construído, para que, a partir desta identificação, ele possa ser encerrado, o quanto antes:

“A violência é cíclica e escalonada. Começa com sinais sutis, pequenos, gerando sentimento de perdão por parte da vítima, mas vai crescendo até se perder o controle, gerando dor, angústia e consequências muito mais graves”, pontuou ela.

A moradora Cláudia Regina Fernandes, que resolveu assistir às palestras após passar pela praça a passeio, disse que a sociedade precisa de mais iniciativas como essa:

“Cabo Frio está de parabéns por dar voz às mulheres. Não estou vivendo uma situação de violência, mas estou encantada e emocionada por participar desse movimento de hoje. Quando uma mulher sofre, todas nós sofremos. Agora, eu me sinto preparada para ajudar e conscientizar outras mulheres que precisam de apoio e socorro”, disse ela.

Segundo a coordenadora da Patrulha Maria de Penha da Guarda Civil Municipal de Cabo Frio, Regiane Costa, o encontro deste sábado foi o primeiro de uma série de ações que a corporação planeja promover em todo o município, a fim de orientar vítimas de violência sobre seus direitos e, principalmente, sobre como agir para sair dessa situação:

“O objetivo do evento era empoderar e dar a certeza para essas mulheres que elas não estão sozinhas. Muitas ainda não conseguem sair do ciclo da violência pois acham que não terão com quem contar. Vamos promover essa rede de conscientização para mostrar que estamos todos juntos nisso e elas podem deixar esse lugar de vítima de forma definitiva”, afirmou ela.

Em Cabo Frio, vítimas de violência doméstica podem recorrer ao atendimento da Patrulha Maria da Penha por meio do número 153. Elas também recebem acolhimento e apoio por meio dos Centros de Atendimento à Mulher (CEAM), ligados à Secretaria Adjunta de Políticas Públicas da Mulher, onde são oferecidas orientações jurídicas e acompanhamento social e psicológico.

Pier Luro
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