Presos suspeitos por assassinato de Marielle foram homenageados por Flávio Bolsonaro

Mãe e mulher de miliciano foram funcionárias no gabinete de Bolsonaro


Cinco suspeitos de participação no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018, foram presos na manhã desta terça-feira (22), durante a operação 'Os Intocáveis', em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. 

O ex-capitão do BOPE, Adriano Magalhães da Nóbrega, e o major da PM, Ronald Paulo Alves Pereira, estão entre os presos e foram homenageados na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) por Flávio Bolsonaro.

As prisões foram feitas pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. 

Os presos são parte da milícia mais antiga do Rio de Janeiro. A mesma que comanda a favela onde Fabrício Queiroz, ex-assessor e motorista de Flávio Bolsonaro, teria se escondido em dezembro, depois da denúncia sobre as suspeitas transações financeiras.

Há ainda indícios de que os dois comandem o 'Escritório do Crime', braço armado da milícia, especializado por assassinatos por encomenda. Os principais clientes do grupo de matadores profissionais são contraventores e políticos.


HOMENAGEM À MILICIANOS NA ALERJ

O atual chefe do 'Escritório do Crime', Adriano Magalhães da Nóbrega, recebeu uma moção de louvor de Flávio Bolsonaro em outubro de 2003. Segundo a homenagem, o ex-PM prestava "serviços à sociedade desempenhando com absoluta presteza e excepcional comportamento nas suas atividades". Flávio afirmou que Adriano atuava com "brilhantismo e galhardia".

Em 2005, uma nova homenagem foi concedida pelo deputado ao policial. Desta vez, ele recebeu a mais alta honraria do parlamento fluminense, a Medalha Tiradentes.

O major Ronald Paulo Alves Pereira também recebeu uma moção de louvor de Flávio Bolsonaro em março de 2004. Na homenagem, o deputado citou a participação de Ronald em uma operação no Complexo da Maré, que terminou com três mortos e apreensão de dois fuzis e uma granada. 


FLÁVIO BOLSONARO EMPREGOU MÃE E MULHER DE CHEFE DO 'ESCRITÓRIO DO CRIME'

Até novembro do ano passado, a mãe e a mulher do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega eram funcionárias do gabinete do senador eleito e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro. 

Adriano é amigo de Fabrício Queiroz, ex-assessor e motorista de Flávio, e investigado sob suspeita de recolher parte dos salários de funcionários do político. 

A mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, ocupavam o cargo CCDAL-5, com salários de R$6.490,35. Ambas foram exoneradas no dia 13 de novmebro de 2018, de acordo com o Diário Oficial do Estado.

Raimunda, inclusive, é uma das servidoras que fizeram repasses para a conta de Queiroz, no valor de R$4,6 mil.


SENADOR MAIS BEM VOTADO NA REGIÃO DOS LAGOS

Flávio Bolsonaro foi o senador escolhido pelas cidades da Região dos Lagos nas eleições de 2018. Ele obteve 4.380.418 votos totalizados no estado e foi eleito o Senador do Rio de Janeiro no 1º turno. 

Em Cabo Frio, Flávio Bolsonaro conquistou 60.179 votos (33,37%). Já em Araruama, obteve 39.583 votos válidos (36,60%). E, em São Pedro da Aldeia, foram 29.424 votos (37,35%). Em Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Iguaba Grande e Saquarema, Flávio Bolsonaro também foi o Senador mais bem votado, superando a marca dos 30% de votos válidos em todas as cidades.

Categorias: Polícia Política

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