Presos na Operação Basura são transferidos para presídios no Rio de Janeiro

Delegado da Polícia Federal afirma que a Operação Basura pode se desdobrar em outras duas ações


Os quatro presos na Operação Basura, da Polícia Federal, foram transferidos para presídios do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (6). Os empresários identificados como Pablo e Bruno Toledo e o motorista Antônio Carlos Leal foram recambiados para o Presídio Frederico Marques, em Benfica. Já o presidente da Comsercaf, Cláudio Moreira, por ser policial militar reformado, foi levado para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói. A informação é do delegado da Polícia Federal, Felício Laterça de Almeida, responsável pelas investigações que culminaram na deflagração da Operação Basura, em mais uma entrevista exclusiva ao Portal RC24h.

 

 

 

A ação foi deflagrada na madrugada de terça-feira (5), em Cabo Frio, Armação dos Búzios, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, na Barra da Tijuca, no Rio de janeiro, Niterói, Duque de Caxias, e em Belo Horizonte, Contagem e Alfenas em Minas Gerais. O foco foi cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão de suspeitos envolvidos em crimes de lavagem de dinheiro, delitos contra a administração pública e peculato praticados desde janeiro deste ano, através da Comsercaf, autarquia da Prefeitura de Cabo Frio. Quatro pessoas foram presas e outras 20 foram conduzidos coercitivamente pelos policiais.

 

Ainda na terça-feira, a PF colheu os depoimentos dos quatro presos. Segundo Dr. Laterça, a eles foram feitas dezenas de perguntas e, a certa altura do interrogatório, por orientação dos advogados, todos escolheram se calar. “No depoimento de Cláudio Moreira, por exemplo, ele se contradisse em alguns trechos e reconheceu alguns fatos em outros momentos”, disse o delegado. De acordo com ele, agora a PF vai comparar os depoimentos com o conteúdo apurado na investigação.

 

OPERAÇÃO PODE TER DESDOBRAMENTOS

 

Dr. Laterça destacou que a Operação Basura (lixo em espanhol) ainda terá outros desdobramentos. Segundo ele, as prisões preventivas foram decretadas pela Justiça, porque já há uma ação penal instaurada, em que se investiga fraudes nos contratos emergenciais da Comsercaf. Porém, outras duas linhas de investigação também estão em andamento, uma que trata de desvios na iluminação pública e outra de lavagem de dinheiro. Dr. Laterça explicou que a Operação Basura não vai retroceder ao passado, porém, a Polícia Federal tem sim investigações de fatos pretéritos, dos quais ele ainda não pode revelar.

 

“Temos dois outros inquéritos que ainda podem virar ações penais. Todos estão interligados à Operação Basura. Um deles é sobre lavagem de dinheiro e outro sobre iluminação pública. Nestas duas linhas de investigação há ação do mesmo grupo criminoso e da Prime. Para se ter uma ideia da amplitude: uma cidade como Guarulhos (SP), que tem mais de 1.200 milhão de habitantes, gasta com iluminação pública o equivalente a R$ 140 mil mensais. Já Cabo Frio, tem gasto R$ 500 mil. Ou o município cabo-friense é a cidade das luzes, a Paris do Rio de Janeiro, ou Guarulhos está toda apagada”, disse o delegado.

 

Ele explicou ainda que a investigação, assim como as escutas começaram logo no início do ano.

 

“Temos gravações que comprovam que a empresa responsável pela limpeza urbana de Cabo Frio, já estava na cidade antes mesmo da rescisão com a empresa que estava legalmente contratada. Foi isso que deu início às investigações. Quando começamos a apurar, notamos que a empresa Prime Serviços Terceirizados, não tinha capacidade técnica e nem financeira para pegar um contrato de R$ 3.5 milhões mensais, sendo que ela tinha um aporte de R$ 200 mil de capital social e nenhum caminhão de lixo. Descobrimos até que essa empresa, depois que o contrato começou, dentro de cinco meses, se capitalizou e comprou cinco caminhões zero quilômetros. Ou seja, sabemos que alguém financiou essa empresa e vamos até onde pudermos para descobrir quem é”, afirmou o delegado. 

Categorias: Polícia

Fotos da notícia




Outras notícias