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sexta-feira, setembro 27, 2024
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Pais e responsáveis denunciam desorganização no Projeto Bombeiro Mirim de Cabo Frio

Responsáveis afirmam que CNPJ do curso seria falso; os acusados negam. CBMERJ informou que, apesar de bombeiros participarem, "o projeto não é oficial da corporação e trata-se de uma iniciativa privada"

Pais e responsáveis entraram em contato com o Portal RC24h, nesta quinta-feira (27), para denunciar uma série de problemas enfrentados desde o início do Projeto Bombeiro Mirim, iniciado em abril deste ano. Apesar das expectativas geradas pelas redes sociais e reuniões de apresentação, onde foi oferecida uma proposta atrativa, as promessas feitas não estão sendo cumpridas, segundo eles, causando frustração e desconfiança.

Conforme os relatos, as aulas são desorganizadas, realizadas em um local com estrutura precária e sem condições adequadas. Além disso, a constante troca de instrutores, a ausência dos coordenadores responsáveis e a falta de informações precisas têm gerado insatisfação. O cronograma estabelecido no início do projeto não estaria sendo seguido, e os materiais prometidos para as atividades, como uniformes completos, sacochila e boné, não foram entregues conforme anunciado.

Em relação aos instrutores, em nota, responsáveis pelo curso afirmaram que “não é o instrutor que monta os planos de aula, temos a consultoria de um Bombeiro Militar com mais de 20 anos de experiência na área. Temos instrutores Bombeiros Militares e Bombeiros Civis, nem todos tem o mesmo perfil didático, quando o instrutor não supre nossas necessidades, o substituímos”.

Um episódio que gerou grande preocupação aconteceu durante uma aula sobre técnicas de desengasgo, onde os instrutores utilizaram um casaco no lugar de um boneco adequado. Esse improviso levantou questionamentos quanto à segurança e qualidade do aprendizado oferecido pelo projeto. Sobre o caso, responsáveis pelo curso, em nota, informaram “desconhecer o ocorrido”.

“Não temos conhecimento sobre a utilização de um casaco na aula de primeiros socorros. Os planos de aula são passados semanalmente e aguardamos a solicitação de material, pelo instrutor para a referida aula, assim eles são orientados. Inclusive as mães sempre elogiaram o instrutor”, diz a nota.

Os responsáveis também relataram que, apesar de terem pago mensalidades que variam de R$ 90 a R$ 150, além de uma taxa extra para os uniformes, esses itens só foram parcialmente entregues após vários meses, com apenas o short e a camisa. A informação dada pela organização foi que houve mudança de fornecedor, e o novo responsável não produz o boné e a “sacochila” prometidos desde o início.

Em nota, o curso confirmou o problema com a confecção antiga, mas alegou que, neste fim de semana, os uniformes dos alunos que não foram à última aula serão entregues.

“Sobre os uniformes, tivemos um problema com a antiga confecção, trocamos de confecção e os uniformes estão sendo entregues. Inclusive amanhã serão entregues os uniformes dos alunos que não foram na última aula e os itens (sacochila e boné) que vieram faltando de alguns kits”, diz a nota, continuando: “Inclusive uma mãe pediu o estorno pelo uniforme não entregue e demos a ela um prazo de 15 dias para fazermos o estorno”.

Muitos pais, que ainda não receberam os uniformes completos, estão exigindo a devolução do valor investido, mas a empresa tem negado a restituição, o que pode configurar uma violação ao Código de Defesa do Consumidor. Pais e responsáveis também alegam que o CNPJ utilizado pelo projeto seria falso, levantando ainda mais suspeitas sobre a legitimidade da iniciativa. Responsáveis pelo curso negam a informação.

Eles afirmam que, em palestras, os organizadores oferecem condições atrativas para que os responsáveis paguem o valor total do curso antecipadamente, facilitando o parcelamento. No entanto, muitos agora se arrependem e tiveram suas solicitações de estorno negadas. Para aqueles que optaram pelo pagamento por boleto, o contrato estabelece uma multa para cancelamento antes de 12 meses, o que gera revolta e sensação de aprisionamento para os pais que se encontram insatisfeitos.

Ainda segundo a denúncia, as aulas, realizadas no São Cristóvão Futebol Clube, em São Cristóvão, são realizadas em um ambiente abafado, sem ventilação adequada, sem água potável, com piso irregular e sujo, além de banheiros em condições precárias. Esses fatores têm contribuído para a insatisfação geral e motivado os responsáveis a buscar seus direitos.

Com relação ao fato, o curso disse que a responsabilidade da limpeza do local é do Clube. “Sobre o local, pagamos pelo espaço, portanto, a responsabilidade da manutenção e limpeza do local é do clube. Tivemos uma reunião com o presidente do clube e o mesmo disse que resolverá o problema”, afirma a nota.

Diante das inúmeras irregularidades, muitos já registraram denúncias no Procon, levantando suspeitas de que o projeto possa ser um golpe, especialmente considerando que novos alunos continuam a ser admitidos, enquanto as propagandas seguem ativas em redes sociais, escolas e outros locais, perpetuando a situação.

O Portal RC24h entrou em contato com o Corpo de Bombeiros para questionar se a corporação tem alguma ligação com o projeto. Em nota, a instituição informou que, apesar de bombeiros participarem, “o projeto não é oficial da corporação e trata-se de uma iniciativa privada”.

Ludmila Lopes

Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, pela Universidade Veiga de Almeida.

Já atuou como apresentadora na Jovem TV Notícias, em 2021. Escreve pelo Portal RC24h há três anos e atua, desde julho de 2022, como repórter do Jornal Razão, de Santa Catarina.

É autora publicada, com duas obras de romance e mais de 500 mil acessos nas plataformas digitais.

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