Vereadores questionam empreendimento imobiliário nas dunas do Peró, em Cabo Frio

Mesa Diretora da Câmara solicita informações sobre o Empreendimento Alphaville


Preocupados com os possíveis impactos ambientais que a instalação do empreendimento Projeto Alphaville pode causar à região onde pretende ser implantado, os vereadores da Câmara Municipal de Cabo Frio apresentaram um requerimento que solicita ao secretário municipal de Planejamento, Robson Pereira de Souza, o Processo de legalização do Projeto Alphaville. A proposição foi apresentada durante Sessão Ordinária que aconteceu na manhã desta quinta-feira (27).

O requerimento é de autoria da Mesa Diretora, composta pelos vereadores Marcello Trindade Corrêa, Vanderlei Bento, Eduardo Kita e Vinícius Corrêa. De acordo com os vereadores, a Região dos Lagos vem sofrendo uma grande explosão demográfica e os fatores sociais, envolvendo esse fenômeno, refletem diretamente na vida do cidadão cabo-friense, neste sentido cabe a Casa de Lei avaliar o respectivo Empreendimento quanto a sua legalidade.

Alphaville

O Terras Alphaville Cabo Frio contará com 599 lotes, um clube de lazer com 20.000m² próximo à praia do Peró, entre Cabo Frio e Búzios. 

O investimento  inicial do Alphaville, de acordo com os representantes,  deverá estar na casa dos 40 milhões de reais, gerando cerca de 300 empregos durante a obra, e mais de mil empregos diretos e indiretos quando em funcionamento e já conta com um adiantado processo de estudos, e viabilização de certidões ambientais municipais e estaduais. 

Meio ambiente

Para o biólogo Eduardo Pimenta, o empreendimento representa um risco grande ao meio ambiente, principalmente ao ecossistema das dunas, pois pode significar a destruição do campo de dunas e da restinga do Peró, um ecossistema protegido por lei federa,l que abriga uma infinidade de espécies endêmicas da flora e fauna do Estado do Rio de Janeiro, como e o caso do formigueiro-do-litoral, a ave mais ameaçada de extinção do Estado e que só é encontrada no Brasil naquela região. 
Pimenta relata que o que já foi suprimido lá de vegetação é considerado um dos mais expressivos crimes ambientais da última década no Estado, fato que vem mobilizando a comunidade científica e a sociedade. 

Pimenta enfatiza que o bloqueio da dinâmica das dunas pode levar ao colapso do sistema de dunas e a inviabilidade de uma vida saudável dos moradores da área e de seu entorno, pois o empreendimento pode ser soterrado pela areia. "no próprio Peró, mesmo, tem um condomínio engolido por essa dunas, inviabilizado, desvalorizado, pois as casas foram soterradas e as que não foram, tem que estar permanentemente com as portas e janelas fechadas para evitar a entrada da areia", acrescenta.
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