'Foi o pior dia da minha vida', relata mãe sobre luta de criança de 1 ano contra a Covid-19

Pamela Cortes apela para que pais tomem cuidado e se atentem à prevenção dos menores. Elloáh teve dificuldades respiratórias e pulmão congestionado com secreção


Para quem duvida do poder de letalidade da Covid-19 e acha que a doença não atinge crianças e bebês, Pâmela Cortes, mãe da pequena Elloáh Rangel, de apenas 1 ano, viveu momentos de desespero quando a filha foi infectada com o coronavírus: "quando ela tossia, ela sentia dor, gritava e chorava. Foi o pior dia da minha vida".

Ao Portal RC24h, Pamela contou todo o sofrimento vivido com a menina desde 9 de janeiro. Elas são moradoras do Condomínio Monte Carlo, no bairro Jardim Esperança, em Cabo Frio.

No primeiro dia de procura médica, a mãe levou Elloáh na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro Parque Burle, e foi diagnosticada "apenas com uma gripe muito forte. Ela estava com febre e não passaram exame algum".

Sem melhoras, no dia seguinte, Pâmela procurou ajuda na UPA Pediátrica de São Pedro da Aldeia. "Lá confirmaram que a minha filha estava com Covid. O quadro dela piorou, ela não queria comer e estava muito enjoada", afirma.

Na unidade de saúde, foram recomendados diversos medicamentos para a criança, entre os quais Azitromicina, Predinisolona, Ivermectina, vitaminas e zinco, para tratamento em casa. Inconformada, já que nenhum exame foi realizado, a mãe retornou para a UPA de Cabo Frio, onde foi feito Raio-X e exame de sangue.

"Foi constatado que ela estava com bastante secreção no pulmão e queriam deixá-la internada", conta a mãe, relembrando que teve muito medo da decisão, com medo de que Elloáh pegasse uma infecção hospitalar e pudesse piorar ainda mais o quadro de saúde.

"Ela ficou no oxigênio e a médica liberou para que ela fosse medicada em casa. Mas, mesmo em casa, ela ainda estava ficando com falta de ar. Eu não tinha como voltar ao hospital e comecei a fazer nebulização nela. Aí ela começou a respirar melhor", relatou Pâmela, que aproveitou para fazer um apelo: "vocês que não acreditam nessa doença, que acham que é uma frescura e que a mídia fala demais... não, ela realmente existe! Eu senti na pele, porque minha filha poderia estar morta nesse momento. Tenho que contar esse testemunho, essa verdade que vivi. A doença existe e é cruel. Ela não escolhe idade, cor, classe social. Se der mole, ela te escolhe. Fiquem em casa, só saiam se for necessário. Usem álcool em gel e máscara. A doença não está para brincadeira".

A mãe de Elloáh contou ainda que viu outras várias crianças diagnosticadas com coronavírus nas unidades de saúde que passou. "Um bebezinho tinha morrido com Covid, ele não resistiu", lamenta.

Elloáh já está recuperada da doença e não teve nenhuma sequela. "Ela já está correndo pela casa. Agrdeço a Deus, porque muitas pessoas não tem esse oprtunidade de cura. Aproveito para avisar às mães que tomem cuidado com seus filhos. É uma doença que não tem pena de ninguém e chega mesmo para matar. As mães tem que previnir seus pequenos. Não é uma gripezinha comum. É forte, até demais", implora a mãe e o pai, Diego Cortes.

 

Até esta sexta-feira (22), Cabo Frio já registrou 5.871 casos confirmados de coronavírus, sendo 238 óbitos. Outros 12.012 casos seguem aguardando resultado do exame e 15 mortes estão em investigação.

 

 

 

Contágio e morte de crianças reforça necessidade de prevenção

Recém-nascidos, bebês e crianças podem apresentar melhores respostas à infecção pelo coronavírus, mas não são imunes à doença. É importante que pais e familiares se atentem às medidas de prevenção e coloquem em prática também com os pequenos.

De acordo com um estudo realiado pelo Instituto D'OR de Pesquisa e Ensino (Idor), publicado no Jornal de Pediatria, além das crianças poderem necessitar de intubação, as que apresentam outras doenças, têm cerca de cinco vezes mais chances de complicações.

Os cuidados para proteger os mais novos devem ser redobrados, já que, além do risco de adoecerem, podem ser vetores de transmissão.

 


DICAS DE PROTEÇÃO

0 A 2 ANOS

O uso de máscara não é recomendado para crianças com idade inferior a dois anos, pois existe o risco de sufocação. Os adultos devem se atentar à higiene e evitar expor a criança fora de casa, em praias, shoppings, mercados, aglomerações e evitar contato com outras pessoas.

Confome a médica infectologista Apparecida Monteiro, "o ideal é que as crianças fiquem em casa e, principalmente as abaixo de 5 anos sejam muito bem monitoradas pelos adultos".

 

3 A 5 ANOS

Nesta faixa etária, as crianças já podem usar máscaras, mas os demais cuidados permanecem. A recomendação é para que a família reforce as informações sobre higiene constantemente, ainda que que já tenha explicado anteriormente, e se atente aos espaços que a criança frequenta, as pessoas com quem tem contato.


6 ANOS OU MAIS

A partir dessa idade, a comunicação sobre o vírus pode ser direta e já é possível tomar os mesmos cuidados dos adultos. A orientação dos médicos é para que seja feita a higiene constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel e que sejam evitadas aglomerações e contato com pessoas, além daquelas com as quais se convive diariamente.

Categorias: Cabo Frio Covid-19

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