Técnica de enfermagem é a primeira vacinada durante ato simbólico de Maricá

Além de Lenilza Correa da Silva, outros seis profissionais da saúde também foram imunizados. Nas aldeias indígenas, o município se tornou o primeiro no Brasil a imunizar todos do grupo prioritário


Maricá deu início à vacinção contra a Covid-19 em um ato simbólico realizado na tarde desta terça-feira (19) no Hospital Municipal Dr Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí. Sete representantes da rede municipal de Saúde receberam a 1ª dose da Coronavac.

O município recebeu, na primeira remessa da Fase 1, as primeiras 2.035 doses, que serão aplicadas nos grupos prioritários: profissionais da Saúde, idosos em asilos e indígenas em aldeias. 

Segundo a secretária de Saúde do município, Simone Costa, a cidade segue o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde por meio do Plano Nacional de Imunização. Nesta etapa, de acordo com a secretária, somente as unidades fixas como hospitais (Dr. Ernesto Che Guevara e Conde Modesto Leal), UPAs, tendas de atendimento específico para Covid-19, os laboratórios, asilos e aldeias indígenas receberão as vacinas. 

“A partir do momento em que for ampliado o movimento de vacinação e tivermos mais doses, vamos expandir e aumentar abrangência dessa imunização. A nossa meta e o nosso desejo é que o mais breve possível possamos vacinar a mãe, o pai, o tio e o avô, mas, agora não é o momento de procurar as unidades e hospitais”, salientou Simone Costa.

Quem recebeu vibrou. Alívio e esperança foram as sensações da técnica de enfermagem do Hospital Municipal Conde Modesto Leal, Lenilza Corrêa da Silva, de 64 anos, a primeira a receber a dose da Coronavc em Maricá.

“Isso é muito bom. É o que estávamos esperando há bastante tempo, pois vai ser a esperança para muitos brasileiros”, disse a profissional de Saúde. “Lidamos com pacientes com Covid-19 e vimos muita gente morrendo. Não estamos acostumadas com isso e queremos o fim dessa doença. Estamos felizes porque sabemos que isso vai passar. É a esperança por dias melhores”, acrescentou.

Segunda pessoa a receber a vacina, a técnica em enfermagem Rosilene Ruiz de Oliveira Pereira, de 57 anos, não escondeu a emoção. “É uma sensação de alívio e felicidade em saber que vou ser imunizada e trabalhar mais tranquila. A chance de um problema pior vai diminuir bastante, por isso estou muito feliz”, contou.

Representando a classe médica,  o virologista, professor e especialista em imunologia, Marcelo Velho, também foi um dos primeiros a serem imunizados.

“É uma grande emoção e um momento histórico estar entre as primeiras pessoas no Brasil que irão receber essa vacina. Estou aqui para mostrar como profissional de Saúde que é seguro, que precisamos vacinar as pessoas e virar o jogo contra essa doença que tanto dano está causando para a população”, afirmou o virologista, um dos principais nomes em pesquisa no país, vinculado também ao Laboratório de Biologia Molecular da UFRJ. A unidade  mantém parceria com a Prefeitura de Maricá na implantação de um centro de análises para Covid na cidade e na realização de uma pesquisa que acompanha o comportamento da pandemia no município.

 

Vacina contra Covid-19 chega à aldeia indígena Mata Verde Bonita

Maricá é um dos três municípios do estado – ao lado de Angra dos Reis e Paraty – a ter cobertura vacinal para povos indígenas, e dadas as condições de distribuição das primeiras doses aos estados, o primeiro no país a iniciar a imunização de todo um grupo prioritário de uma aldeia indígena.

As primeiras doses para esta população foram aplicadas nessa terça na aldeia Tekoa Ka'aguy Ovy Porã ("Mata Verde Bonita", na língua guarani), em São José de Imbassaí. Três integrantes da comunidade receberam as primeiras doses, que continuam a ser aplicadas, totalizando 44 indígenas imunizados. O povo guarani recebeu os agentes utilizando pinturas corporais, as mesmas que usam em dias de celebração.

A pajé Lidia Nunes, de 92 anos, recebeu a primeira aplicação. Antes dela, a enfermeira Rosane das Neves, que atua na unidade de Saúde da aldeia, recebeu a dose num ato que transmitiu confiança aos índios.

“Será uma libertação para nós e para eles, que ficaram tanto tempo sem qualquer contato com o mundo exterior, mas é preciso ter a consciência de que não acaba aqui. É preciso manter os cuidados, que incluem o uso da máscara”, frisou Rosane ao lado da pajé.

“Fico feliz e emocionada de participar de algo novo para nós. Desejo que Ianderu (Deus) continue dando sabedoria a todos para continuar”, declarou Lídia, que celebrou com um cântico na língua tupi.

Categorias: Covid-19 Maricá

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