Pastor evangélico é preso em Saquarema acusado de abuso sexual contra primo

De acordo com a polícia, a vítima foi abusada sexualmente dos cinco aos dez anos de idade. Jonas Victório da Silva estava foragido da Justiça e foi preso nesta quarta (9)


Um pastor evangélico, de 47 anos, foi preso nesta quarta-feira (9) em Saquarema, acusado de abuso sexual contra um primo dele. Jonas Victório da Silva era pastor da Igreja Paz e Vida, em Bacaxá, e estava foragido da Justiça.

Segundo a Polícia Civil, o crime aconteceu repetidas vezes entre os anos de 1992 e 1997. De acordo com o advogado responsável pelo caso, quando os abusos começaram a vítima tinha apenas cinco anos de idade e o agressor, 25. Esses abusos duraram até os dez anos de idade quando o menino ficava sob a guarda do pastor.

Além dos abusos sexuais, a vítima também sofria graves ameaças.

Jonas foi detido dentro da igreja pela Polícia Militar, junto com o Dr. João Evangelista, advogado da vítima. Depois foi levado pela Polícia Civil. O processo se arrastava desde 2006 por um erro judicial.

VÍTIMA QUEBROU O SILÊNCIO

Em publicação no Facebook, na tarde desta quarta-feira (9), Samuel Victorino, hoje em dia, com 33 anos, falou sobre os abusos que sofreu por parte de Jonas. "Cinco anos foi o período que passei vivenciando tortura física e psicológica por parte de alguém que deveria cuidar de mim", declarou, logo no começo do texto.

Samuel afirmou também que o sofrimento dele não cessou com o fim da violência. "Foi só o início", argumentou o rapaz. "Crescer com medo, sem compartilhar com a minha família, me sentindo isolado das pessoas e tendo dificuldade de receber e dar afeto, pesadelos constantes, vômitos e muitas outras cicatrizes psicológicas", desabafou.

Sustentando que as marcas que a violência o deixaram vão muito além da dor física, o rapaz compartilhou como foi quando ele, aos 18 anos, decidiu contar para os pais e irmãos o que havia acontecido.

"Recebi todo o apoio necessário, mas também percebi o quanto era difícil você tentar lutar contra o medo, a vergonha, a culpa. Ainda vi meu abusador tentar virar a acusação contra a minha família e atacando minha dignidade em juízo, tentando fazer parecer que minha acusação tinha alguma relação com a minha sexualidade", relembrou Samuel.

Apesar de declarar que sente, pela primeira vez, "o sabor da justiça" e que nada disso vá diminuir toda a dor a qual ele foi submetido, Samuel afirma que não deseja que o abusador sofra na prisão.

"Não tenho ódio, não tenho nada disso. Eu só sinto que finalmente esse capítulo de angústia da minha vida não tem mais poder sobre mim. Agora eu sei o quanto é importante confiarmos nas pessoas que estão à nossa volta e o quanto é importante termos um canal de comunicação em casa", disse.

O rapaz ainda falou que sente muito pelos tios e primos dele por terem que "ver alguém próximo ser encarcerado" e afirmou esperar que "isso não torne difícil retomar a nossa relação que estava começando a se estreitar novamente".

"Infelizmente uma pessoa como ele, incapaz de sentir remorso e culpa, não tem condições de viver em sociedade", ponderou.

Samuel conta que está em choque, chorando e tremendo, mas aliviado de "saber que esse capítulo obscuro da minha vida chegou ao fim e que agora posso começar um novo: mais confiante, mais feliz e sabendo que existem muitas pessoas à minha volta que me amam e me apoiam".

Por fim, o rapaz afirma que "toda dor, todo sofrimento, toda angústia fica mais leve quando temos com quem contar. Agradeço imensamente à minha família e a todas as pessoas que me apoiaram ao longo dessa árdua jornada. Se tem uma coisa que eu gostaria que ficasse como lição é: NÃO SE CALEM!", conclui o texto.

Denúncias como essa podem ser feitas à Polícia Civil em Saquarema pelo WhatsApp da 124ª DP no número (22) 98831-8042.

 

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