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Restingas e manguezais da Região dos Lagos correm risco após nova resolução do Governo | RC24H | O Portal de Notícias da Região dos Lagos

Restingas e manguezais da Região dos Lagos correm risco após nova resolução do Governo

Conama aprovou revogação de resoluções que estabeleciam critérios para preservação nesta segunda (28)


As áreas de restingas e manguezais da Região dos Lagos estão correndo sérios riscos depois da resolução do Governo sobre preservação. Presidido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou nesta segunda-feira (28), a revogação das resoluções 302 e 303, que estabeleciam critérios para a preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas, assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos.

O conselho também revogou a resolução 284, que submetia projetos de irrigação ao processo de licenciamento ambiental, e aprovou ainda uma nova resolução que permite a queima de resíduos de poluentes orgânicos persistentes, como pesticidas, inseticidas e fungicidas usados na agricultura, em fornos de produção de cimento.

 

Decisão coloca áreas de preservação da Região dos Lagos em risco

A decisão tomada pelo ministro do Meio Ambiente nesta segunda-feira (28), atinge diretamente a Região dos Lagos, pois coloca em risco áreas de preservação importantes como as Dunas do Peró, em Cabo Frio, o Mangue de Pedras, em Búzios, além de outras áreas como o Parque Ecológico Municipal de São Pedro da Aldeia.

Em Cabo Frio, ambientalistas lutaram para impedir a realização do projeto milionário do empresário Ricardo Amaral, que prevê a construção de um condomínio no meio das Dunas da Praia do Peró. Com direito a aterramento de toda a areia fina com saibro e grama para fazer um heliporto e um campo de golfe. O projeto do Club Med Village Peró, seria construído ao longo de quatro quilômetros da praia, com 300 apartamentos e como principais atrações os esportes náuticos como windsurf e kitesurf. 

Na ocasião, o Club Méditerranée negou o projeto por conta da crise financeira que assolava o país. 

A luta dos ambientalistas reuniu pessoas de várias partes do Estado e até artistas se manifestaram contrários à construção do empreendimento, que pode acabar com o maior campo de dunas Rio de Janeiro. Desde o início das obras, em 2013, para abrir acesso ao local, as construtoras derrubaram vegetação nativa junto à Estrada do Guriri e fizeram grande movimentação de terra, aterrando boa parte do campo de dunas.

O projeto aprovado no final do governo Marquinho Mendes, foi embargado na justiça e não teve a licença ambiental renovada. Mas com a resolução aprovada pelo Ministro Ricardo Salles, corre o risco de ser retomado.

Vale lembrar que no local habitam centenas de espécies animais silvestres, como aves, gatos do mato, cachorro do mato, micos, gambás, lagartos, cobras, entre tantos. Além disso, no local existe muita variação de vegetação de restinga, como pés de pitanga, aroeira, bromélias e amendoeiras da praia. Existe ainda uma lagoa de água limpa, com muitas espécies aquáticas. Um bioma riquíssimo e deslumbrante que corre risco de ser destruído.

 

Revogação contou com ampla aprovação

As revogações contaram com aprovação ampla do colegiado, formado majoritariamente por representantes do governo federal e das associações do setor privado — as confederações nacionais da indústria (CNI) e da agricultura (CNA), que também foram proponentes das revogações.

Registraram voto contrário a todas as revogações o estado do Piauí e as duas ONGs presentes na reunião — o Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes e a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico.

O estado do Rio Grande do Sul também registrou voto contrário a duas das três revogações. O secretário de meio ambiente do estado, Artur Lemos Júnior, argumentou que a norma sobre licenciamento para irrigação deveria ser alterada, e não revogada.

O secretário também defendeu que a resolução 303, que trata da proteção de áreas de manguezal e restinga, fosse alterada para se adaptar ao que foi estabelecido pelo Código Florestal, mantendo critérios específicos que não haviam sido atendidos pela legislação.

"Estamos partindo de uma guerra fiscal para uma guerra ambiental, pois em alguns estados vai ser mais restritivo e, em outros, não", pontuou Lemos, em defesa da manutenção da resolução.

"Não seria mais adequado facultar aos órgãos estaduais estabelecer seus critérios técnicos, em vez de um critério genérico, que pode ser pertinente para algumas localidade e impertinente para outras?", Salles perguntou ao secretário, que devolveu um exemplo.

"Nosso receio é: em estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte principalmente, tem empreendimento eólicos quase que em cima de dunas. Aqui no Rio Grande do Sul, por sermos mais protetivos e sob a legislação vigente, entendemos que não [poderia haver a instalação]. E aí passamos a perder esses investimentos aqui no Rio Grande do Sul", respondeu.

Carlos Teodoro Irigaray, representante da Associação Novo Encanto, marcou a oposição durante a reunião em argumentações contrárias a cada revogação. Ele também criticou a ausência de consideração de aspectos técnicos nos pareceres jurídicos. "Forno de cimento é desenhado para produzir cimento, não pra queimar resíduos perigosos", pontuou.

Sem direito a voto, o Ministério Público Federal (MPF) também participou da reunião. "O MPF vai ajuizar ação pra anulação das decisões aqui tomadas, que ferem a lei e os princípios constitucionais", disse a conselheira e procuradora regional da 3ª região, Fátima Borghi.

Diante de críticas e pedidos de vistas durante a reunião, Salles chegou a propor o adiamento da votação, que foi recusado pela maioria.

 

Protestos

Ainda no domingo, 27, os deputados petistas Nilto Tatto (SP), Enio Verri (PR) e Gleisi Hoffmann (PR) haviam ingressado com uma ação popular preventiva na Justiça Federal pedindo, em tutela de urgência, a suspensão da reunião ou, não havendo tempo hábil para a decisão, a anulação das decisões tomadas pelo colegiado.

Já na manhã desta segunda, promotores do Ministério Público reunidos pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) enviaram ofício ao ministro Ricardo Salles contra a revogação das resoluções, apontando "vícios de ilegalidade, que desdobrariam em galopante processo de judicialização, em detrimento da segurança jurídica e em prejuízo de toda a sociedade".

"Qualquer decisão sobre a revogação de resolução do Conama deve ser precedida de participação de todos os setores envolvidos", diz o ofício, que também aponta a necessidade de estudos sobre impactos regulatórios.

A Ascema, Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente, defendeu em nota o julgamento imediato de ação contra a alteração na composição do Conama, que foi impetrada pela Procuradoria Geral da República no Supremo Tribunal Federal ainda no início do ano passado.

Os servidores também defendem, alternativamente, que o Congresso aprove o projeto de decreto legislativo do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), que susta os efeitos do decreto presidencial que instituiu as mudanças no órgão colegiado. No início do governo Bolsonaro, o Conama perdeu representação das organizações da sociedade civil e dos governos estaduais e municipais.

A Liga das Mulheres pelos Oceanos, rede formada por especialistas, publicou nota técnica contrária à revogação da resolução 303, que retira a proteção de manguezais e restingas, destacando que esses ecossistemas são "proteção natural à nossa linha de costa, servindo como anteparos para o avanço das marés e contra a erosão costeira".

A nota também afirma que as perdas de manguezais devem afetar a fauna do bioma e retirar a proteção das pradarias marinhas e dos recifes de coral, impactando as comunidades costeiras e até mesmo as atividades pesqueiras comerciais.

 

 

 

 

Categorias: Meio Ambiente Região dos Lagos

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