Em 40 dias, Cabo Frio registra, em média, mais de uma morte e 20 casos diários de Covid-19

Foram 825 casos e 44 óbitos registrados entre 15 de julho e 24 de agosto: um aumento de 77%. Será que o risco de ampliar a flexibilização vale mesmo a pena?


Mais de uma morte por coronavírus e 20 casos novos da doença por dia em Cabo Frio. Estes foram os números registrados nos últimos 40 dias no município. O aumento considerável no avanço da pandemia na cidade tem deixado a população em alerta, principalmente com relação à flexibilização das atividades econômicas.

Cerca de 20 dias após publicar decreto permitindo a entrada de ônibus de turismo, vans e similares a partir do dia 1º de setembro, a Prefeitura de Cabo Frio voltou atrás na decisão, proibindo a entrada de tais veiculos, em decreto publicado no dia 19 de agosto. 

Conforme o prefeito Adriano Moreno, a decisão foi tomada devido o "aumento acentuado do número de pessoas infectadas" com coronavírus pelo país e que a vinda desses turistas para o município poderia comprometer "as ações de combate e enfrentamento" da Covid-19 na cidade.

Os meios de hospedagem cabo-frienses foram autorizados, por meio de decreto, a receber turistas desde o dia 15 de julho, seguindo as normas de segurança e prevenção, com capacidade de 40% da ocupação. No documento, também foi permitido o acesso de veículos de passeio no município, exceto os de grande porte.

Na data, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pelo Gabinete de Crise de Cabo Frio, 1.067 casos e 64 mortes por coronavírus já haviam sido confirmados.

A princípio, a segunda reavaliação em relação às hospedarias e turismo aconteceria em 16 de setembro, conforme decreto publicado em 3 de julho. A entrada de ônibus de turismo e similares seria permitida apenas a partir de 7 de outubro, quando aconteceria a terceira reavaliação com ocupação proposta de 70% e suspensão das barreiras sanitárias caso a cidade estivesse na Zona Amarela.

Depois de 40 dias da permissão do turismo em Cabo Frio, o número de casos da Covid-19 disparou subindo para 1.892, sendo 108 óbitos, até o dia 24 de agosto, conforme boletim disponibilizado no site da prefeitura. Um aumento de 825 casos (77%) e 44 mortes (69%).

Nesta terça-feira (25), lideranças ligadas ao turismo de Cabo Frio, ambulantes e quiosqueiros das praias - que continuam fechadas por decreto -, músicos e empresários de hospedarias foram às ruas e realizaram uma manifestação na frente da Prefeitura, pedindo "coerência na flexibilização da abertura de Cabo Frio". Em seguida, eles foram até à Câmara dos Vereadores, onde foram recebidos pelo presidente da Casa, Luís Geraldo.

O início da flexibilização dos serviços considerados não essenciais durante a pandemia do coronavírus em Cabo Frio começou em 6 de junho. Do primeiro caso confirmado, em 7 de abril, até a data, haviam sido registrados 424 casos positivos da doença na cidade, sendo 29 óbitos. A primeira morte ocorreu em 15 de abril, quase um mês após ser decretado o fechamento dos comércios não considerados essenciais.

 

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