Alerj vai repassar parte de suas economias para financiar pesquisa a partir de 2021

Anúncio foi feito pelo presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), durante live com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação


O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), participou nesta segunda-feira (13) de uma live realizada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), na qual ele anunciou que a partir do próximo ano o parlamento fluminense reservará uma parte de suas economias para financiar pesquisas. "A Alerj já tem dado seu apoio e sua contribuição a essas instituições por entender o papel protagonista que a ciência e a tecnologia têm. Neste momento difícil, defender e fortalecer essas instituições é papel de todos nós", afirmou. 

A reunião remota teve a participação do secretário da pasta, Leonardo Rodrigues; da reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Carvalho; e do reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ricardo Lodi. Esse foi o primeiro encontro do projeto Lives SECTI – 430 anos de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Segundo Ceciliano, este ano a Casa deverá economizar de seus recursos cerca de R$ 500 milhões. "A partir do próximo ano, vamos fortalecer ainda mais a área de pesquisa e inovação do nosso estado", sinalizou. Para a reitora da UFRJ, as instituições públicas terão muitos desafios pela frente e a questão orçamentária será uma das principais. "O orçamento já era deficitário e se não procuramos parcerias ficará ainda mais difícil. O momento atual é de menos investimentos e a conta ficará para a universidade. Os laboratórios de pesquisa podem diminuir o ritmo, mas não podemos admitir que eles fechem", alertou.

PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO

De acordo com Denise, a UFRJ é a maior universidade do país e mais de 40 projetos estão sendo desenvolvidos pela instituição neste momento. "A universidade abarca praticamente todas as áreas do saber e nosso parque tecnológico é um orgulho não só para o estado do Rio mas para todo o país. Já produzimos mais de 70 litros de álcool para nossos hospitais, desenvolvemos o primeiro ventilador mecânico, e agora estamos trabalhando num novo teste sorológico para detecção do vírus e que terá baixo custo e alta especificidade", apresentou. Para Denise, esse teste poderá ser feito em larga escala e será mais eficaz do que testes que estão sendo importados.

VOLTA ÀS AULAS

Questionada sobre a volta às aulas, a reitora demonstrou preocupação. Segundo ela, alguns cursos já estão sendo iniciados neste mês de forma remota. "Para as turmas de graduação é um pouco mais complexo, pois é preciso que o ensino remoto não deixe nenhum aluno de fora. Esse novo normal é o grande desafio para os professores e estudantes na parte teórica e na parte prática". Ela disse ainda que têm dúvidas se o ensino onde os alunos estão isolados será tão bom. "Acho que o ensino remoto pode ser complementar e não substituir o presencial".

Para o reitor da Uerj, Ricardo Lodi, a inclusão digital é o maior desafio para que as aulas possam retornar. "A Uerj, como todas as universidades públicas, está se preparando para grandes mudanças. Isso vai nos levar a um esforço muito grande de promover a inclusão digital dos nossos alunos e, se for bem-sucedida, teremos novas possibilidades pós-pandemia. Se conseguirmos fazer a inclusão digital, entregando chips para todos os alunos, deixaremos um legado para o nosso país", disse.

Segundo Lodi, hoje a Uerj conta com 43 mil alunos, 2.800 docentes, 90 cursos de graduação, 63 áreas de mestrado, 46 de doutorado e dois hospitais. Segundo ele, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) tem sido referência no tratamento do coronavírus. “A unidade passou a ter 95% dos seus leitos dedicados a tratamento de covid-19 se tornando uma das principais referências do estado. Ainda de acordo com Lodi, a universidade se preparou para enfrentar a pandemia dando assistência à população. “Não foram só as unidades de saúde que entraram nessa luta, a academia toda está trabalhando, produzindo álcool em gel, a área de pesquisa continua intensa e desenvolvemos também equipamentos de proteção”, ressaltou.

MAIOR CENTRO DE STARTUPS DO PAÍS

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Leonardo Rodrigues, ressaltou a importância das universidades para o nosso estado e lembrou que por meio de pesquisadores da Coppe-UFRJ foi criado o novo ventilador mecânico e que a Alerj apoiou a iniciativa, fazendo um aporte financeiro para que esse projeto fosse possível. 

"A secretaria através da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado (Faperj) e da Finep já liberou R$ 620 mil para o laboratório de virologia molecular para o teste rápido e R$ 179 mil para o projeto dos respirados da UFRJ", contou. O secretário afirmou ainda que há um projeto de reforma do prédio da Uerj, em São Cristóvão, que o governo pretende transformar no maior centro de Startups do Brasil. "Essa área precisa ser voltada ao desenvolvimento econômico e social que o estado necessita".

Leonardo disse que a pasta já investiu também no Hospital Universitário Pedro Ernesto recursos da ordem de R$ 17,8 milhões, e que neste ano foram investidos R$ 19 milhões em bolsas e projetos na Uerj e R$ 56 milhões na UFRJ. "Também estamos atentos à necessidade da inclusão digital dos nossos alunos e esse assunto já foi conversado com o governador Wilson Witzel", concluiu.

*Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)

Categorias: Política

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