A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta segunda-feira (15), uma operação em Cabo Frio, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), para cumprir 30 mandados de busca e apreensão contra um suposto esquema de desvios de dinheiro da Saúde para enfrentar a pandemia do coronavírus. Além de Cabo Frio, os agentes também realizam a Operação Exam em São Pedro da Aldeia; na capital do estado; São João de Meriti e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; em Miracema, no Noroeste Fluminense; e na cidade de Serra, no Espírito Santo.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal em São Pedro da Aldeia e estão relacionados a 28 alvos: 14 pessoas físicas, 11 empresas e três órgãos públicos municipais.
Em Cabo Frio, a PF esteve em apartamentos na Praia do Forte, onde provavelmente reside o atual secretário de saúde cabo-friense, Iranildo Campos. Os agentes estiveram também na casa do assessor especial do prefeito Adriano Moreno, o ex-secretário de fazenda Antônio Carlos Cati, e cumprem ainda mandados na sede da Secretaria Municipal de Saúde e no Hospital de Campanha Unilagos.
De acordo com as investigações, os desvios podem ter sido de mais de R$ 7 milhões aos cofres públicos. Foram mobilizados 90 agentes da Polícia Federal e 15 da CGU. Não há informações ainda sobre cumprimento de mandados de prisão.
Conforme o MPF, a investigação teve início antes mesmo da pandemia, com apuração de licitações e contratos para a realização de exames laboratoriais.
A força-tarefa passou a inspecionar a aquisição e distribuição de remédios no município com a colaboração da CGU e acabaram recaindo, no inquérito instaurado pela PF, sobre os recursos federais repassados para o combate ao COVID-19 em Cabo Frio.
Em nota, a Prefeitura de Cabo Frio informou "que as denúncias têm como alvo principal contratos firmados na gestão anterior e que irá colaborar com toda e qualquer investigação. Esclarece ainda que preza pela transparência e toda informação sobre a verba federal destinada para o combate ao Covid-19 é encaminhada para Câmara de Vereadores e órgãos competentes. As informações também estão disponíveis no Portal da Transparência".