VIDAS NEGRAS IMPORTAM: Manifestantes se reúnem contra o racismo e o fascismo na Praça Porto Rocha, em Cabo Frio

Cerca de 200 pessoas compareceram ao ato pacífico e pediram pelo fim do genocídio negro


Cerca de 200 pessoas se reuniram na Praça Porto Rocha, em Cabo Frio, em um ato pacífico contra o racismo, na tarde desta terça-feira (2). “Contra o racismo e contra a opressão, o povo preto vai fazer revolução” era um dos gritos que ecoavam pelo Centro da cidade durante a manifestação.

O ato “Vidas Negras Importam: Contra a covardia e o fascismo” teve início às 15h e pediu pelo fim do racismo, do fascismo e do genocídio negro. O encontro foi liderado por integrantes do Movimento Negro da Região, além de coletivos de estudantes e de mulheres.

“Querem tirar nossa terra, querem tirar nossa cultura, querem tirar nossa liberdade. Eu to aqui lutando pelo povo que construiu esse país, somos nós jovens que vamos mudar esse país e fazer com que nossas crianças saibam contar a nossa história. É hora da mudança, chega de ver nosso povo só na televisão sendo morto. Vamos colocar o negro em todo local de fala, não vamos abaixar a cabeça”, disse Rafaela Oliveira, Coordenadora de Promoção da Igualdade Racial em Cabo Frio.

Ativistas lembraram da necessidade de se manifestar no meio da pandemia, já que negros continuam sofrendo violência racial, principalmente nas comunidades. “Foi muito importante a construção do ato, já que além das mortes por Covid, nós já passamos a faixa de 70 mortes por violência policial nas comunidades do Rio durante a pandemia. Então o processo de reivindicar uma política antiracista é muito importante”, disse Rafael Figueira, um dos organizadores do ato. Ele também lembrou de pautas importantes relacionadas a políticas públicas que foram levantadas. “A covardia com as famílias mais pobres que não tem como se manter, a demissão em massa que acontece na região e o governo fascista do Bolsonaro, com referências ao Ku Klux Klan, ao Nazismo, que não podemos deixar passar”, relembrou o ativista.

Por orientação dos organizadores, manifestantes usaram máscaras e tentaram manter distância uns dos outros. Alimentos não perecíveis também foram recolhidos, para fortalecer as redes solidárias que vem ajudando famílias com situações de vulnerabilidade na cidade. Viaturas da polícia estiveram de maneira ostensiva no local, mas o ato seguiu de forma pacífica.

Assim como o ato convocado em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro, no último domingo (31), manifestantes relembraram mortes cruéis de jovens negros inocentes como o menino João Pedro, morto aos 14 anos em casa, no Morro do Salgueiro, em São Gonçalo, durante uma ação conjunta da Polícia Civil e Polícia Federal no dia 18 de maio, além de vítimas como Ágatha Félix e Marielle Franco e pediram “Parem de nos matar”.

Na manhã desta terça-feira (2), uma faixa foi colocada na ponte Feliciano Sodré,  também em protesto contra o preconceito racial. A faixa carregava a frase "Desconstrua seu racismo".

Os protestos seguem a onda de manifestações que teve início nos Estados Unidos após a morte violenta do segurança George Floyd, asfixiado pelo policial branco Derek Chauvin, no estado de Minneapolis, desencadeando uma série de protestos antirracistas pelo país, por conta da violência da polícia contra a população negra.

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