Dia Internacional de Combate a Homofobia é marcado pelo falecimento de Demétrio Campos

Suicídio do jovem negro e transexual comove comunidade LGBQI+ e traz à tona discussões sobre racismo, transfobia e depressão


No último domingo (17) foi Dia Internacional de Combate a LGBTfobia, mas para muitos o dia foi de pesar, marcado pela tragédia do falecimento de mais um jovem negro e transexual que lutava contra a desigualdade e pela aceitação. Demétrio Campos tinha 23 anos e não suportou a pressão que a sociedade impõe sobre os corpos de pessoas como ele, tirando sua própria vida.

O suicídio de Demétrio comoveu toda a comunidade LGBTQ+ e trouxe à tona discussões sobre o racismo, a transfobia e a depressão vivida pela comunidade. O artista, dançarino, produtor e modelo era o quarto filho de uma família de Tamoios, em Cabo Frio, que lutou por reconhecimento e chegou a viver em São Paulo, na tentativa de integração profissional. Em suas redes sociais, o jovem falava sobre aceitação, sobre as dificuldades que enfrentava por ser um homem trans e sobre depressão.

Diversos artistas lamentaram sua morte, que marcou o dia de luta contra LGBTfobia. A Superintendência LGBTQ+ de Cabo Frio emitiu uma nota de pesar. “Demétrio não aguentou mais a dor. A dor do preconceito, do racismo, da transfobia, do desprezo, da exclusão. Isso mata, aos poucos, e tortura, todo dia. A Super LGBTQ+ lamenta a grande perda, sendo solidária e externando suas condolências à família e aos amigos nesse momento de dor”. Matheus Cardoso, superintendente do órgão, lamentou a perda. “Fico muito triste pela morte do Demétrio porque sabemos que isso é fruto de tudo o que a gente luta diariamente para que acabe. A transfobia mata diariamente, seja quanto atacam nossos corpos diretamente ou quando nos tiram a esperança de viver, como aconteceu com ele. Meus sentimentos aos amigos, familiares e a quem continua resistindo, apesar das dificuldades”, lamentou Matheus.É importante lembrar que a superintendência oferece atendimento psicológico voluntário para o público atendido. 

Os números de suicídios entre a comunidade LGBTQ+ são preocupantes. De acordo com pesquisas, jovens LGBT pensam três vezes mais em suicídio que jovens cis heterossexuais e têm cinco vezes mais chances de tentar de fato o suicídio. A situação se agrava mais ainda quando não existem políticas públicas que acolham as mazelas da comunidade.

Amigos de Demétrio criaram uma vaquinha para ajudar a família do artista. Doações podem ser feitas pelo link https://www.vakinha.com.br/vaquinha/suporte-a-familia-de-demetrio-campos .

 

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