CABO FRIO / Servidora da Saúde denuncia EPIs inadequados e estrutura de trabalho precária

Secretário Iranildo Campos negou acusações, afirmou que irá conversar com a profissional responsável pelas acusações e garantiu que irá abrir uma sindicância para apurar possíveis irregularidades


Uma denúncia que é para deixar qualquer um boquiaberto, principalmente num 1º de maio, Dia do Trabalhador. Marilene Viana, profissional da saúde que trabalha no Hospital São José Operário, em São Cristóvão, em Cabo Frio, fez um vídeo nesta sexta-feira mostrando as condições inadequadas de trabalho às quais têm que se submeter os servidores dessa unidade. 

Além da estrutura precária da sala, a denunciante afirma que por lá faltam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), acessórios primordiais para qualquer trabalhador da saúde, principalmente em tempos de Coronavírus. Principalmente máscara de proteção facial.

Nesta sexta (1º), antes de começar o plantão, Marilene recebeu do hospital máscara de TNT artesanal, que não é a indicada para profissionais como médicos e enfermeiros. Segundo ela, a proteção recebida é fruto de doação, no entanto, o material não suporta um plantão de 24h. "Será que a prefeitura não tem dinheiro pra comprar EPIs pra gente trabalhar?", questionou.

"Sei que vou sofrer retaliação, posso perder meu emprego ou até ser morta, mas não vou ser omissa", acrescentou a servidora.

O relato é dramático. Veja no vídeo:

 

SECRETÁRIO DE SAÚDE NEGA ACUSAÇÕES E AFIRMA QUE IRÁ INVESTIGAR DENÚNCIA E PUNIR POSSÍVEIS CULPADOS

O secretário de Saúde de Cabo Frio, Iranildo Campos, negou as acusações e afirmou que irá conversar com a servidora da Saúde responsável pela denúncia, mas garantiu que irá abrir uma sindicância para investigar as possíveis irregularidades:

"Quero saber se realmente é verdade. Se for, eu vou punir quem deixou de fazer a entrega, ou não entregou coisa correta, porque temos as máscaras. Agora, se for uma denúncia que ela não vai conseguir provar, ela vai ter que segurar o problema depois de mentir – declarou o secretário de Saúde à Folha dos Lagos.

Iranildo Campos garantiu que existem máscaras e demais Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para os profissionais no almoxarifado da Secretaria de Saúde e que os equipamentos são entregues diariamente nas unidades, e colocou em dúvida a intenção da denúncia reecordando um atrito recente com profissionais de saúde:

"Duvido que ela não seja concursada. Porque estamos apertando agora, todo mundo tem que trabalhar. Então, às vezes, o funcionário começa a dar pancada na imprensa, em blogs, dizendo que estou obrigando quem tem mais 60 anos a trabalhar, que falta EPI, que é regime militar, mas não é isso. Só quero que faça o trabalho. Se for voluntário não posso fazer cobrança, mas os funcionários, tenho que cobrar. Funcionários técnicos e enfermeiros antigos, a maioria não trabalhava. Tem 30 ou 40 enfermeiros que já mandei zerar o ponto, que não aparece, não trabalha. Agora estamos implantando o ponto biométrico, vai aparecer mais ainda. Pode reclamar com deputado, vereador, prefeito, entrar na Justiça... estou tranquilo e tenho a resposta. Enquanto eu estiver secretário, não vou admitir" – declarou ainda Iranildo Campos, que é policial militar reformado e já foi deputado estadual e secretário de Saúde em São João de Meriti.

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