O governador do Rio, Wilson Witzel, disse, nesta quinta-feira (25), que não conseguirá manter as medidas protetivas no estado para conter o coronavírus caso o governo federal não dê recursos e citou "caos financeiro" ao se referir a esse quadro. De acordo com ele, em entrevista dada ao "Bom Dia Rio", o prazo final que imagina para esse socorro é a próxima segunda-feira. Segundo Witzel, após essa data limite, "a responsabilidade passa a ser deles (governo federal)". Bolsonaro tem dado seguidas declarações questionando a quarentena determinada por governadores contra a propagação da doença em razão dos impactos negativos na economia.
"Nós estamos fazendo a nossa parte. Mas volto a dizer: se o governo federal até segunda-feira não apresentar algo que dê esperança para que as pessoas possam saber que não vão morrer de fome e não vão ter um cataclisma nas suas vidas, vai ser muito difícil continuar com essas medidas protetivas", afirmou o governador.
"Se o governo federal até segunda-feira não apresentar algo que dê esperança para que as pessoas possam saber que não vão morrer de fome e não vão ter um cataclisma nas suas vidas, vai ser muito difícil continuar com essas medidas protetivas”.
Ele frisou que a situação de alguns estados, incluindo o Rio, já era ruim antes da crise. Witzel disse que o cenário fluminense é "tão delicado quanto a de empresários que estão passando por essa crise. Quem tem que irrigar a economia é o governo federal, que tem condições para isso. Se (a União) não se mexer, vamos entrar em caos financeiro. Não podemos manter a economia parada se o governo federal não se mexer".
Witzel afirmou ainda que precisa de uma sinalização do ministro da Economia, Paulo Guedes, da injeção de R$ 500 bilhões na economia: "Não podemos pedir para autônomos e pequenos empresários ficarem paralisados se não houver uma sinalização imediata do ministro Paulo Guedes de que ele vai colocar pelo menos R$ 500 bilhões na economia, que é a cifra que nós mais ou menos imaginamos que deve ser colocada na economia", alertou.
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia reagiu ao anúncio e reiterou a necessidade da manutenção das medidas de contenção por ora adotadas. Segundo a entidade, o afrouxamento de qualquer uma dessas medidas levará ao aumento da incidência dos casos do coronavírus e à elevação do número de mortes.
Hospital de campanha no Maracanã
Witzel falou ainda sobre as medidas que está tomando para o atendimento dos pacientes do coronavírus, entre elas, a construção de hospitais de campanha: no estádio do Maracanã, um deles. Outros três serão na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
"O Estado do Rio já inaugurou no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda (Sul Fluminense), 144 leitos. O Hospital do Cérebro vai de 44 para 100. Os hospitais de campanha devem ficar prontos em 15 dias", disse Witzel.
*Com informações dO Globo.