A vereador Gladys Nunes (PROS) afirmou, neste domingo (8), na página de sua rede social, que denunciou a presidente da Câmara de Búzios, Joice Costa (PP) ao Ministério Público por fraude, superfaturamento, formação de quadrilha e falsificação de documentos. Além da presidente, três empresas também são suspeitas de participar do esquema fraudulento que lesou os cofres públicos. As irregularidades ocorreram durante obras de reforma no prédio do legislativo, que eram de responsabilidade do condomínio.
Gladys revela na denúncia que uma das empresas cotadas pela presidência para compra do material de construção vendia apenas móveis rústicos e uma outra, vinho. Segundo a denúncia, um dos sócios dessa empresa chegou a admitir que não vende tais materiais e que nunca apresentou qualquer orçamento à Câmara. Contudo, outra sócia confirmou ter sido responsável pelo orçamento feito a pedido da secretaria Geral da Câmara, apesar da empresa não ter no contrato social autorização para vender material elétrico e hidráulico. No documento também é dito que essa sócia é casada com um dos donos da empresa escolhida para fornecer o material para as obras de reforma do prédio da Câmara.
Ainda sobre a denúncia, Gladys destacou um padrão comum utilizado na confecção das propostas: que todas foram apresentadas com a mesma formatação, mesmas marcas de produto e na mesma data - 2 de janeiro - e, de acordo com memorando da presidência, os orçamentos foram feitos presencialmente pelo secretário Geral da Câmara.
"A minha obrigação é fiscalizar não apenas os atos do Executivo mas também da Câmara, afinal, como diz o velho ditado, pau que bate em Chico bate em Francisco", comentou a vereadora Gladys Nunes.
Sobre a denúncia, a presidente da Câmara de Búzios afirmou que se trata de informações infundadas e caluniosas. Disse que Gladys "é uma pessoa suja, mentirosa e desesperada". De acordo com Joice Costa, todo o processo de compra de materiais para a obra foi enviado a todos os vereadores, inclusive Gladys. Explicou que tal instalação do prédio precisava de manutenção, o que não ocorria há quatro anos. O valor foi de R$ 16.328,78, com dispensa de licitação para compra de materiais e mão-de-obra dada pelo condomínio.
"Agora quero que prove irregularidades e nos vemos no tribunal", disse Joice. Ela acrescentou que ficou combinado que a Câmara arcaria com o material e o proprietário do prédio com a mão de obra. "Não é justo que criem versões quanto a forma econômica que eu, Joice Costa, venho tratando o dinheiro público. Durante todos os meses subsequentes, posterior a obra, foram solicitadas as informações e todas foram prestadas de forma séria. Agora, próximo ao ano eleitoral, fica a nobre vereadora caluniando, difamando e imputando crime a quem não o cometeu, terá que provar para que isso sirva de lição para a senhora e quaisquer outros que queiram fazer o mesmo em ano eleitoral", disparou a presidente do legislativo buziano.
Joice, que ficou alguns dias de licença médica na semana passada, disse ainda que respeita até divergências políticas, mas que não admite "denúncias perpetradas, faladas por uma vereadora ou qualquer outro cidadão".
"Infelizmente não fui respeitada num momento de tratamento da minha saúde. Trabalho na política buziana há 12 anos initerruptos e tenho minha ficha limpa com o eleitoral e com a justiça, ao contrário da senhora vereadora Gladys. Formação de quadrilha com 16 mil reais? Faça-me o favor", finalizou Joice Costa.
