Família denuncia negligência em atendimento à idosa no Hospital São José Operário, em Cabo Frio

Maria Ignez, de 76 anos, foi amarrada na cama por enfermeiras, presenciou cenas de sexo entre funcionários e contraiu uma bactéria na mão, causando uma erisipela, segundo familiares


Uma senhora de 76 anos, segundo a família, foi vítima de negligência no Hospital Municipal São José Operário (HMSJO), em Cabo Frio, nas últimas semanas. 

Maria Inez do Valle Vieira foi internada com uma hemorragia gástrica no dia 2 de novembro, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Após dois dias de internação a família entrou com um pedido de liminar na Justiça, para que a idosa fosse transferida para a Unidade de Pacientes Graves (UPG), no HMSJO, onde ficou internada por cerca de seis dias.

Segundo a família, foi nesse período de internação que Maria foi vítima de negligência: ela foi amarrada na cama da unidade após a realização de exames e sofreu dores abdominais e cãibras. Ao pedir auxílio, as enfermeiras debocharam e ignoraram. "Ela gritava, pedia as enfermeiras para que soltassem ela, mas elas ficavam no celular rindo e zombando dela, até que um determinada enfermeira foi até o leito e discutiu com a minha tia", conta Rose Santos, sobrinha de Maria.

"Além disso tudo, ela ainda presenciou cenas de sexo entre uma enfermeira e um homem. Minha tia disse que tentava desviar o olhar, mas o barulho era muito alto", denuncia a sobrinha de Maria Ignez, que afirma ainda que a tia estava com os braços totalmente roxos, chorando muito e abalada no momento em que recebeu visita da família.

Ainda de acordo com os parentes, quando foi transferida da UPG para a enfermaria, onde permaneceu até o dia 14 de novembro. "Ela estava com muitas dores, não tinha medicação básica". A paciente teve ainda um problema com o acesso venoso periférico, realizado na mão, e contraiu uma bactéria, que evoluiu para uma erisipela - um tipo de infecção cutânea causada por bactérias que penetram na pela por meio de ferimentos -, "e quase necrosou a mão. Minha tia começou a ter febre, delírios e nada foi feito. Ela teve alta com a infecção na mão, pneumonia e hemorragia", conta Rose.

A família procurou um médico particular e a idosa foi imediatamente internada novamente em um hospital particular, onde passou por um tratamento com antibióticos até o dia 26 de novembro. "A nossa indignação é com o descaso, com a negligência, em como o ser humano é tratado, quando precisa tanto de cuidado e ajuda", lamenta a sobrinha.

A família registrou uma reclamação no livro do hospital e na Ouvidoria da Secretaria de Saúde de Cabo Frio, mas ainda não registrou a ocorrência na Delegacia nem no Ministério Público por falta de acesso ao prontuário médico. "Ainda não nos deram a cópia. Já fui cinco vezes no hospital e sempre alegam que está arquivado, que vão procurar, mas nunca entregam".

O Portal RC24h entrou em contato com o Secretario de Saúde de Cabo Frio, Carlos Ernesto, que afirmou que não tinha o conhecimento do caso. O secretario garantiu ainda que irá abrir uma sindicância para apurar as denúncias e que, em relação ao prontuário, "é direito do paciente e deve ser fornecido", e caso a família tenha dificuldades em conseguir o documento, procurá-lo pessoalmente na Secretaria.

Categorias: Cabo Frio Saúde

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