Líder do governo na Alerj diz que Rio vai quebrar se for aprovada a nova distribuição dos royalties do petróleo

Previsão aponta que alguns municípios perderão cerca de 80 por cento de suas receitas. Julgamento no STF está marcado para 20 de novembro


Líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Márcio Pacheco (PSC) afirmou que o governo acredita que pode perder a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a distribuição de royalties do petróleo prevista na Lei Federal 12.734/12. O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi pautado na suprema corte para o dia 20 de novembro. Se o Executivo não vencer a disputa jurídica, o Estado terá uma queda na sua arrecadação da ordem de 53%, e alguns municípios perderão cerca de 80% das suas receitas. Pacheco declarou, durante reunião nesta terça (29) da Frente Parlamentar de Monitoramento do Regime de Recuperação, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que o Rio de Janeiro vai "quebrar imediatamente".

De acordo com o líder do governo na Alerj, o Executivo já trabalha um plano com medidas compensatórias para a possível perda na arrecadação. Estimativas calculadas durante a Comissão Parlamentar de Inquérito que apurou as razões para a crise fiscal apontaram que o Estado vai deixar de arrecadar R$ 56 bilhões em 4 anos. "O cenário não é bom para o Rio de Janeiro. Nós trabalhamos com a possibilidade forte de perder (a ADI). O Estado quebra imediatamente se isso acontecer. Há uma pressão política muito forte de todas as unidades da federação em cima dos ministros do Supremo, e o que temos ouvido é que o Rio de Janeiro vai perder. Então, temos que achar uma medida de compensação", afirmou Márcio Pacheco.

O coordenador de Gestão de Políticas Públicas do Insper, André Luiz Marques, afirmou que o Estado do Rio é dependente da receitas extraordinárias vindas do petróleo para equilibrar suas contas. Segundo ele, o governo precisará renegociar os termos do Regime de Recuperação Fiscal devido à queda repentina na arrecadação com royalties e participações especiais. "O tamanho da diferença na arrecadação é tão grande que medidas adicionais vão ter que ser negociadas com o governo federal dada a magnitude do impacto que isso trará para as contas do Estado", alertou.

O presidente da frente parlamentar, Renan Ferreirinha (PSB), avaliou que a renovação do Regime de Recuperação Fiscal é fundamental, mas insuficiente para o Estado sair da crise. "Ficou claro que o Regime de Recuperação Fiscal é insuficiente. Precisamos de outros mecanismos estruturantes de mudança, algumas reformas que possam transformar não só aspectos pontuais. É evidente que precisamos prorrogar o Regime de Recuperação Fiscal ou trazer medidas compatíveis com a realidade do Rio de Janeiro. Teremos uma reunião com a bancada federal para entender os avanços na negociação do novo plano de recuperação fiscal", declarou Ferreirinha.

*Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)

Categorias: Política

Fotos da notícia




Outras notícias