Caipirinha é o mais novo patrimônio imaterial do Estado do Rio

Projeto é do deputado estadual Paulo Ramos (PDT/RJ), fã da bebida, e foi sancionado pelo governador Wilson Witzel (PSC)


O mais novo patrimônio imaterial do Estado do Rio leva cachaça, limão, açúcar, gelo e só. Um ano após o seu centenário, a caipirinha ganhou reconhecimento histórico com a Lei 8576, publicada nesta quinta-feira (24) no Diário Oficial. O projeto de autoria do deputado estadual Paulo Ramos (PDT/RJ), fã da bebida, foi sancionado pelo governador Wilson Witzel (PSC).

Apesar do destaque, o único coquetel brasileiro reconhecido internacionalmente pelo International Bartenders Association (IBA) anda cambaleando. De acordo com um levantamento feito pela Cachaça Leblon, sete a cada dez "caipirinhas" não são feitas com o destilado. Muitas vezes, também, o limão é substituído por outras frutas, o que descaracteriza a bebida.

— As pessoas dizem que a vodca é mais neutra, mas a cachaça é mais saborosa. Até podem entrar outras frutas ou a vodca, o que não pode é chamar de caipirinha — diz Guilherme Studart, autor do Guia Rio Botequim e curador do evento Boteco, Tradição e Cultura (BtC) e defensor da caipirinha original. — Só vou ficar feliz quando a maioria das pessoas pedir caipirinha com cachaça.

O origem da caipirinha se perdeu após alguns tragos. A mais provável é que ela era oferecida como elixir contra a gripe espanhola. A receita era um pouco diferente. Além da cachaça, limão e mel, a bebida levava alho. Outra teoria é que ela tenha surgido em altas rodas de feiras agropecuária, para substituir destilados considerados mais nobre à época, como rum e uísque. O que as duas teses concordam é que a caipirinha nasceu em São Paulo, mas tem alma carioca.

— Caipirinha combina com o clima do Rio, é uma bebida típica da cidade e que os estrangeiros adoram — diz Studart. — Difícil é pegar uma boa. As pessoas fazem caipirinha sem preparo. São quatro ingredientes: cachaça, limão tahiti, açúcar e gelo. O principal na caipirinha é o equilíbrio. Você não pode sentir o excesso de álcool, nem aquela poça de açúcar, nem a acidez do limão. Tem que ser uma coisa única.

Studart chama atenção para um outro mito, muito comum nos bares e botequins. Que caipirinha deve ser feita com cachaça ruim para não desperdiçar cachaça boa.

— Quanto melhor a cachaça, melhor a caipirinha. De preferência a branca, mas pode ser uma envelhecida que não passe muita cor ou muito sabor - arremata.

*Com informações do jornal EXTRA

Categorias: Política

Fotos da notícia




Outras notícias