Após a prefeita de Araruama, Lívia de Chiquinho, sancionar na última quinta-feira (22) a Lei 2.426, que permite o porte de arma de fogo pela Guarda Civil da cidade, o efetivo da corporação se prepara para receber o treinamento obrigatório para que os agentes possam trabalhar armados.

O recém empossado secretário de Segurança do município, sargento André Costa, afirmou que a população recebeu muito bem a aprovação da lei, e garantiu que o efetivo será submetido a um treinamento extremamente rigoroso durante os próximos meses.

De acordo com o responsável pela Guarda, os agentes já estão sendo orientados sob os procedimentos que irão começar em breve e que serão aplicados sob orientação da Polícia Federal:

“Temos uma Guarda Civil muito atuante e era um desejo antigo da população e da própria corporação que nosso efetivo passasse a trabalhar armado. Vale ressaltar que todos os agentes receberão um treinamento que, posso garantir, será ainda mais rigoroso do que o aplicado pela polícia. Todos irão passar por treinamento técnicos, psicológicos e psicotécnicos para a posse e manuseio de armas, e essa capacitação será realizada pela Polícia Federal e deverá durar cerca de seis meses. Com essas medidas, a Guarda Civil Municipal passar a integrar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) de Araruama e passará a andar armada ainda no primeiro semestre de 2020” – detalhou o secretário de Segurança de Araruama.

No início deste mês, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um estudo que apontou Araruama como uma das cidades mais violentas no interior do estado em 2017, ocupando a nona posição no ranking de índice de homicídios, o que acabou respaldando o governo municipal a colocar em pratica o antigo desejo de armar sua Guarda.

Nas redes sociais, a população de Araruama demonstrou apoio à decisão e confiança de que a medida possa ajudar a conter a violência no município.

ESTUDO MOSTRA QUEDA ACENTUADA NA TAXA DE HOMICÍDIOS E AGRESSÕES EM CIDADES ONDE AS GUARDAS FORAM ARMADAS

Um estudo divulgado pela Folha de São Paulo em janeiro deste ano aponta que as cidades que armaram suas guardas municipais apresentaram queda acentuada na taxa de homicídios e agressões, em comparação com municípios com características similares que não adotaram o armamento da guarda.

Segundo a análise que levou em conta um período de dez anos, houve uma queda de 44% na taxa de homicídios por 100 mil habitantes em um grupo onde estão reunidos 25% das cidades brasileiras com os maiores índices de violência. Nas cidades paulistas inseridas no rol das mais violentas, a queda no número de homicídio chegou a 63% após o armamento da guarda.

A correlação entre a adoção de armas e a redução de crimes foi analisada por especialista da Fundação Getúlio Vargas, em estudo que foi divulgado durante o Encontro Brasileiro de Econometria, realizado em dezembro de 2018 no Rio de Janeiro.

Até o início deste ano, 10% das guardas municipais do Brasil localizadas fora de regiões metropolitanas já haviam adotado a utilização de armas.