O júri popular condenou a 12 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, Mário Fernando Gomes, motorista que atropelou, arrastou e matou um ciclista em setembro de 2014, em Cabo Frio. O julgamento começou por volta das 10h desta quarta-feira (14), no Fórum do município, e a sentença foi proferida por volta das 17h.
A juíza Janaína Pomposseli, da 2ª Vara Criminal de Cabo Frio, registrou na sentença que o réu tem bons antecedentes criminais e, por isso, Mário Fernando Gomes vai poder recorrer da decisão.
Durante a oitiva realizada na parte da manhã, um frentista que trabalha no posto de combustíveis em frente ao local onde ocorreu o acidente, e que afirma ter flagrado o atropelamento, relatou que o condutor do automóvel estava em baixa velocidade e chegou a desacelerar o veículo para fazer um retorno, mas que não teria parado em momento algum. Ele também afirmou que várias pessoas que haviam acabado de sair de uma igreja estavam em um ponto de ônibus no local do ocorrido, e que elas teriam sinalizado e gritado para o motorista parar o veículo.
O legista que fez o laudo cadavérico da vítima relatou que Celso Brito teve diversas lesões e fraturas pelo corpo, e que os traumatismos cranianos sofridos por ele foram as principais causas do óbito. Apesar de ressaltar que não era possível garantir com exatidão através dos exames se a vítima teria morrido na colisão ou ao ser arrastado, o legista afirmou que, pela dinâmica do acidente relatada pelo frentista, a vítima poderia ter sobrevivido caso tivesse sido socorrida após a batida. Uma outra informação que constava no laudo cadavérico e que foi observada pelo advogado de defesa do acusado é de que o exame de sangue realizado na vítima confirmou que o ciclista estava sob efeito de bebida alcoólica.
O acusado, Mario Fernando Gomes, afirmou que não viu o momento em que colidiu com o ciclista e nem as pessoas sinalizando para que ele parasse, e que diminuiu a velocidade ao perceber que algo estava agarrado ao fundo do carro. Segundo o relato, ele teria seguido mais alguns metros achando que o objeto havia se desprendido do carro, e afirmou que, na subida da Ponte Deputado Márcio Corrêa, viu faíscas saindo por baixo do carro e achou que o cano de descarga ou alguma outra peça teria se soltado do veículo.
Ainda de acordo com o depoimento de Mario Fernando, ele não parou o automóvel por se tratar de um trecho perigoso e deserto, entre os bairro Jacaré e Itajurú, vindo a descer do carro apenas no Jardim Excelsior, em uma rua onde possui amigos e familiares. Mario Fernando disse ter ficado em estado de choque ao perceber que havia um corpo embaixo do veículo e acabou fugindo do local. Ele garantiu que não se entregou na época por medo de rataliações contra ele e a família, já que o caso ganhou grande repercussão.
O crime aconteceu por volta das 22h de um domingo, dia 28 de setembro de 2014, quando Celso Brito Lima, de 60 anos, foi atropelado no cruzamento da Avenida Wilson Mendes com a Rua Samuel Bessa, no bairro Jacaré, e foi arrastado por mais de dois quilômetros, antes de ter tido o corpo abandonado na Rua Capri, no Jardim Excelsior. Câmeras de segurança ajudaram nas investigações e foram fundamentais para a identificação do motorista.
