Os servidores da Educação de Cabo Frio decidiram suspender a greve da categoria durante a assembleia realizada na noite desta quinta-feira (18). A paralisação durava desde o dia 6. Segundo o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos), a decisão atende a uma nova estratégia do movimento.
"Nós avaliamos que há necessidade de retornar às escolas para dialogar com alguns colegas, pois está havendo muita desinformação. As informações estão vindo truncadas por parte da Seme (Secretaria de Educação). Ficando só na luta, a gente perde o diálogo com a comunidade escolar. A gente precisa conversar com o pai de aluno para explicar que tem servidores de outras secretarias que ainda não receberam", afirmou Cíntia Machado, coordenadora do Sepe.
Todos os funcionários da Educação estão com os salários na conta, segundo a Prefeitura Municipal, mas, ainda assim, os servidores definiram que, na próxima quinta-feira (25), farão um "protocolaço" para cobrar a reposição dos descontos feitos por conta da paralisação anterior.
Ainda segundo o Sepe, um documento para informar que a categoria é contra o escalonamento de pagamento será elaborado. Também ficou definido o chamado ‘estado de greve’, caso não seja depositado o salário de todos os funcionários da educação até o quinto dia útil, em 7 de agosto, haverá nova paralisação no dia seguinte.
As aulas estão previstas para retornarem na primeira semana de agosto. "Em Cabo Frio, há autonomia para as escolas modificarem o calendário dentro de alguns parâmetros", informou Cíntia, complementando que a reposição das aulas ainda não foi discutida. "Como o governo descontou, não temos obrigatoriedade de repor. Normalmente, a SEME não desconta a greve para não prejudicar o aluno, mas não foi o que aconteceu agora", finalizou.
Confira todas as propostas aprovadas durante a assembleia:
- Suspensão da greve e manutenção do estado de greve;
- Protocolaço no RH da SEME para devolução dos descontos indevidos, dia 25, quinta-feira, às 9h;
- Realizar a semana de conscientização na volta às aulas com alunos e profissionais da educação;
- Elaboração de um documento, por parte do SEPE, dizendo que é contra o escalonamento de pagamento;
- Formação de comissão para tratar sobre a última chamada do concurso público de 2009. Ida à SEME e, se necessário, ao Ministério Público;
- Produção de material (cartilha) sobre a importância do sindicato, atribuições e pautas de lutas;
- Acionar o jurídico do sindicato para mover ações sobre os direitos que estão sendo negados, com multas pessoais para os gestores;
- Fazer camiseta específica sobre a luta dos aposentados;
- Ampliar explicações nas escolas sobre o direito ao recebimento da insalubridade;
- Encaminhar ação de arresto para o pagamento;
- Se o pagamento de todos os funcionários da educação não for feito até o 5° dia útil, no dia seguinte é greve;
- Assembleia no 6° dia útil, dia 08 de agosto, sexta-feira.
