VÍDEOS / Celebridades aderem à campanha de repúdio pela realização de rodeio em Araruama

População e autoridades estão mobilizadas para que evento não seja realizado no município


Após a população e autoridades manifestarem repúdio à realização do Rodeio de Barretos, previsto para ocorrer em Araruama entre os dias 26 a 28 de julho, celebridades também aderiram à campanha contra o evento organizado pela Prefeitura do município.

Algumas atrizes como Heloisa Perissé, Bianca Bin e Alexia Deschamps gravaram vídeos denunciando e cobrando da prefeita Lívia de Chiquinho que respeite a lei que impede esse tipo de evento que provoca maus tratos aos animais. Outra crítica é pelo fato da Prefeitura destinar muitos recursos para a realização da festa, mesmo com a maioria da população desaprovando a iniciativa.

A atriz Bianca Bin postou um vídeo em suas redes sociais onde apoia a campanha contra os maus tratos aos animais e a realização do Rodeio em Araruama.

A atriz Alexia Dechamps também se manifestou através do Instagram, afirmando que "Araruamaestá indo na contramão da causa animal":

A atriz e humorista Heloísa Perissé publicou no storie do Instagram um vídeo em que manifesta seu repúdio ao rodeio que vai acontece em Araruama, afirmando que "Rodeio não é diversão, rodeio é tortura":

A pressão também é grande por parte da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB-RJ (CPDA/OAB-RJ), que irá participar de uma audiência com o Ministério Público na próxima quinta-feira (11) para definir a aprovação da cartilha sobre Direitos dos Animais e debater propostas de legislação e possíveis ações cíveis e criminais em defesa dos animais.

O tema em destaque será a realização de um rodeio promovido pela Prefeitura de Araruama nos dias 26, 27 e 28 de julho. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal entendeu ser inconstitucional uma Lei do Estado do Ceará que regularizava o Rodeio.

Na ocasião, a então presidente do STF, na época do julgamento, Ministra Carmen Lúcia, destacou que cultura se muda, rebatendo os argumentos de que o Rodeio e a Vaquejada seriam Patrimônio Cultural. Apesar de em outras ocasiões, o Supremo Tribunal Federal já ter definido em sucessivos julgamentos, que as práticas que impõe crueldades contra animais, são incompatíveis com o disposto no artigo 225, parag. 1º, inc. VII da Constituição Federal, o Senado Federal aprovou uma Emenda Constitucional que determinou que manifestação cultural não possa ser enquadrada como maus-tratos.

No entanto, o presidente da CPDA, Reynaldo Velloso, argumenta que, em recente documentação enviada ao Senado Federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), não reconheceu o rodeio e a vaquejada como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. Ele afirmou, em entrevista ao Jus Brasil, que apenas essa instituição, baseada na Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, ratificada pelo Brasil em 2006, é a instância do Poder Público que conduz e deve conduzir os procedimentos para o reconhecimento de bens como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil.

De acordo com Reynaldo Velloso “a Lei é uma afronta ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a seus ministros, além de um desrespeito à Constituição Federal. Ele ainda assegurou: “Cultura e a tradição não podem camuflar as práticas de crueldades. Iremos conversar também com o Ministério Público para avançarmos nesta questão", disse o advogado.

Vários laudos técnicos relatados pelo Supremo Tribunal Federal dão conta de que a prática incorre em inúmeras consequências nocivas à saúde dos bois e cavalos explorados nos Rodeios e nas Vaquejadas. Os bois sofrem fraturas nas patas, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos, traumatismos e deslocamentos das articulações e do rabo, inclusive com cabos de arrancamento do mesmo, propiciando o comprometimento da medula espinhal e dos nervos espinhais, dores físicas e sofrimento mental.

No caso dos cavalos, o resultado da crueldade imposta a eles são lesões irreparáveis, dentre elas a tendinite (lesões de tendões), tenossinovite (inflamação da bolsa sinuvial que contorna o tendão), exostose (inflamação da membrana que envolve o osso), miopatias focal (dificuldade de locomoção associada à dor muscular generalizada), fraturas e osteoartrite (artrite que ocorre quando o tecido flexível das extremidades dos ossos se desgasta).

No mês passado, Reynaldo Velloso, que também preside a Comissão Nacional de Proteção e Defesa dos Animais da OAB, entrou com uma representação no Congresso Nacional, em Brasília, solicitando um Referendo Popular para tentar anular a Emenda Constitucional aprovada pelo Senado que incentiva e permite as práticas de Rodeio e Vaquejada.

No segundo semestre deste ano, a proposta de Velloso, que já está tramitando pelas comissões do Congresso, será debatida e votada em Plenário. Se for aprovada, todos os brasileiros terão a oportunidade de se manifestar a respeito do tema. E votar pela continuação ou não destes eventos.

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