#15MinutosNoRC: 'Vim avisar aos jovens que se a reforma passar, eles não vão se aposentar', diz Marcelo Freixo (PSOL)

O deputado federal - e professor por formação - esteve nesta segunda-feira (20) em Cabo Frio, onde realizou um debate sobre a Reforma da Previdência e os cortes na Educação no IFF. Em seguida, deu entrevista ao Portal


O entrevistado do #15MinutosNoRC desta segunda-feira (20) é o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que veio neste dia a Cabo Frio para um debate sobre Reforma da Previdência e os cortes na Educação, realizado no Instituto Federal Fluminense (IFF). Diferentemente das situações anteriores onde o parlamentar fora proibido de evento similar, como na UERJ - onde o debate foi realizado na rua, dessa vez o evento foi realizado, e com adesão da maioria dos estudantes.

"Vim avisar aos jovens que se a reforma passar, eles não vão se aposentar", disse em tom descontraído mas sem perder a seriedade diante dos temas. Professor de História por formação, atuando durante 20 anos em salas de aula, Freixo esteve muito à vontade frente aos estudantes. 

Após o debate, ocorrido pela manhã, Freixo participou da entrevista do #15minutos.

O parlamentar lembra que 'escola é lugar de pensamento, debate e aprendizagem', frisando que os alunos têm o direito de ter informação e entender o que pode acontecer caso a Reforma seja aprovada. E exemplificou. "Quarenta anos com contribuição fixa, num país que tem 50 milhões de desempregados - após uma reforma trabalhista que flexibilizou e permitiu tanto trabalho sem carteira assinada -, a chance do trabalhador em se aposentar é mínima", disse ele, completando que, ao contrário do que prega o atual Governo, o Brasil não quebra se não houver a reforma da previdência que está em discussão. 

"Tudo bem, vamos fazer a reforma da previdência. Mas também vamos fazer uma reforma tributária e uma fiscal, e garantir recursos para que a previdência social não seja reduzida. Tem um caráter social da previdência que deve ser mantido. Muitos municípios pequenos podem quebrar com a Reforma, já que grande parte deles tem sua base econômica na previdência". 

Por outro lado, disse de que forma poderia se manter um equilíbrio com outras alternativas.

"Vamos taxar as grandes fortunas. Deveria haver, por exemplo, uma alíquota diferenciada para o latifúndio; garantir cobrança de imposto de renda para quem ganha lucro e dividendo deveria se rever as isenções fiscais. Hoje, empresas que têm dívidas com o Estado recebem isenção fiscal. Não sou contra a isenção fiscal, mas tem que ter critérios. Tem outras medidas que realmente combatem privilégios, não essa (reforma da previdência)".

ACIRRAMENTO DA CRISE DEMOCRÁTICA BRASILEIRA

Na entrevista, Freixo comentou ainda sobre a "separação" do país, onde, segundo ele, se vive a maior crise da democracia desde a ditadura. "Sem dúvida alguma, mas tem muita gente caminhando na mesma direção e menos do lado de lá", destacou.

O deputado psolista falou também sobre o governo Bolsonaro. Na opinião de Marcelo Freixo, "vivemos um governo de fanáticos".

"Temos uma presidência que no lugar de ter sensatez e chamar para o diálogo, estica uma corda, provoca e age de forma violenta com quem diverge dele, não tem qualquer apreço pela democracia. Aliás, um presidente que sempre elogiou a tortura, elogiou as ditaduras, elogiou a violência do Estado, não tem apreço pelo regime democrático brasileiro e não se comporta como um democrata. Se comporta como um fanático. A diferença entre o fanatismo e a política democrática é que na democracia a diferença é fundamental. A democracia só faz sentido para convivermos com a diferença. No fanatismo a diferença deve ser eliminada. Daí sabemos quando é um governo de fanáticos ou quando o governo é fruto da democracia. Vivemos um governo de fanáticos, daí o acirramento da crise democrática brasileira", disparou.

CORTES NA EDUCAÇÃO

Na sequência, Freixo fala sobre o corte na Educação, o que, segundo ele, acelerou as manifestações de rua.

"Ele (Bolsonaro) cometeu um erro ao chamar os manifestantes de idiotas úteis. Ele acendeu fósforo num celeiro o qual ele não tem controle. Instigou, provocou e jogou contra os jovens, através de um corte dos mais perversos na Educação", avaliou.

Na sequência, o deputado fala ainda sobre suas diferenças políticas e o "ódio" pessoal do presidente da República contra ele.

Falou ainda sobre o problema das milícias no Rio de Janeiro e acerca do caso Marielle.

Confira a entrevista, na íntegra, no vídeo abaixo:

 

 

Categorias: Política

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