Um vídeo feito por pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cabo Frio, na semana passada, flagrou um médico debochando e cobrando dinheiro para continuar o atendimento de um paciente.
As imagens divulgadas na página 'Rio de Nojeira', no Facebook, ganharam as redes sociais e causaram indignação da população. O vídeo mostra o momento exato em que o médico João Alfredo Figueiredo chama o paciente de burro e afirma que só atende os casos mais graves por ter muito tempo de formado.
"Você é burro e não entende, por isso que você tá usando camisa do Flamengo, inclusive", ironiza o médico no vídeo.
No final do atendimento, o médico chega ainda a dizer que o valor das próximas consultas é de R$50 "pro mês todo. é um preço simbólico para esse cara não encher o meu saco, o diretor do hospital".
O RJTV2, da IntertTV, afiliada da Rede Globo na Região dos Lagos, exibiu uma matéria no último sábado (9) sobre o caso.
O paciente Jonathan Gonçalves Mendes afirmou à emissora que foi atendido pelo médico na madrugada de quinta-feira (7) e resolveu gravas a consulta após ouvir várias reclamações de outros pacientes. Ele afirma que o médico estava transtornado.
Uma outra paciente que também foi atendida pelo médico relatou que chegou à Unidade com dor de dente. Ela foi atendida pelo médico e, segundo a mulher, ele "parecia não estar sóbrio".
Ela afirmou que o médico receitou que a paciente tomasse morfina, um analgésico opioide recomendado para dores agudas, quando não há opção de analgésicos de menor potência.
Ainda de acordo com a paciente, funcionários da farmácia da UPA disseram que ela não era a primeira a receber uma receita "estranha" naquele dia.
Conforme a reportagem do RJ2, o médico afirmou, por meio de redes sociais, que havia sido desligado da UPA de Cabo Frio e que "não incomodaria mais essas pessoas", já que não faria "mais isso que dizem mesmo".
A Prefeitura de Cabo Frio informou que o secretário de Saúde, Márcio Mureb, decidiu demitir o médico João Alfredo Figueiredo após analisar as imagens. Ele não era concursado e havia sido contratado em dezembro de 2018. A comissão de ética da UPA vai, ainda, encaminhar o relatório ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
De acordo com a nota da Prefeitura, a Secretaria de Saúde não havia recebido nenhuma denúncia formal sobre o médico.
*Com informações do RJ InterTV 2ª edição.