Nesta quarta-feira (27), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) realizou uma operação na Praia de José Gonçalves, em Armação dos Búzios, onde demoliram um quiosque clandestino que estava na faixa de areia. A ação teve auxílio de uma equipe de Guardas Parques e de agentes da Policia Militar.
De acordo com o Inea, o local, que está inserido no Parque Estadual da Costa do Sol, tem a paisagem e seu entorno completamente tombado por serem pontos de interesse histórico e geológico.
Segundo os agentes que participaram da operação, havia uma sentença judicial que foi descumprida pelo dono da estrutura, que resistiu à demolição inicialmente mas acabou fugindo do local no momento em que os fiscais informaram que ele também teria que pagar uma multa.
A demolição do quiosque também resultou no fim de duas fossas na faixa de areia, retirada de uma manilha, aterramento de uma vala edificada com sacos de lixo e concreto, e a destruição de garrafas e engradados de bebidas que estavam no local. Ao todo, foram retirados cinco caminhões de lixo e entulhos do trecho.
A medida faz parte de uma série de ações conjuntas que estão sendo realizadas em todo o estado do Rio de Janeiro.
GUIA TURÍSTICO AFIRMA QUE VALAS E MANILHA REMOVIDAS PELO INEA SERVIAM PARA MANTER VIVO CORREGO QUE EXISTE NO LOCAL
Mateus Santos da Silva, responsável pelo Búzios Local Trilhas, trabalha há mais de cinco anos como guia e conhece detalhadamente cada uma das 12 trilhas cadastradas pela empresa em Armação dos Búzios.
Nas redes sociais, ele afirmou que as valas e a manilha que foram removidas durante a ação do Inea serviam de auxílio para manter vivo um corrego que existe no local.
"Ao lado da estrada que leva à Praia de José Gonçalves, existe um pequeno córrego que desembocava na praia nas épocas em que a chuva eram mais frequentes em nossa região. A construção da estrada obstruiu a conexão que o córrego tinha com o mar, e essa vala e essa manilha eram parte da estrutura que montaram na tentativa de manter o córrego vivo. Eu faço trilhas na localidade e levei um grupo de argentinos e espanhóis para conhecerem o correjo. Haviam trechos quem que se formavam pequenas piscinas de água doce. Outro caso parecido é o córrego que existia dentro da antiga Bauen, que também foi obstruído com a construção de ruas. As ruas cruzam estes córregos e obstruem a passagem natural até o mar. Não respeitaram nada" - observou em tom de lamentação.