Um grupo de manifestantes fez um protesto pacífico nesta terça-feira (19) em Cabo Frio, na porta do Mercado Extra do Braga, em repúdio à morte do jovem Pedro Henrique Gonzaga, de 24 anos, que levou um 'mata-leão' de um segurança do supermercado Extra na Barra da Tijuca, zona Oeste da capital, na última quinta (14). O segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio foi preso em flagrante, mas deixou a Delegacia de Homicídios da capital horas após o crime, após pagar fiança de R$ 10 mil, segundo a polícia.
O segurança poderá responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar). De acordo com o Corpo de Bombeiros, o jovem sofreu parada respiratória, chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu.
Além de Cabo Frio, outros atos de mesmo objetivo ocorreram em municípios do Rio, São Paulo e também no Nordeste do país.
Em Cabo Frio, o protesto foi organizado pelo Movimento Negro Unificado da Região dos Lagos (MNU LAGOS) em parceria com instituições de Movimento Negro, organizações de Direitos Humanos, ativistas de coletivos negros e organizações de mulheres. Todos tiveram a palavra, falaram de questões raciais e a criminalização da juventude negra.
Foi pacífico do início ao fim e não houve confusão, apesar da loja ter contratado escolta fortemente armada para intimidar os manifestantes caso houvesse manifestação dentro da loja.
EXTRA EMITE NOTA
Em nota, a rede de supermercados Extra (nacional) informou "que não aceita qualquer ato de violência, excessos e repudia toda forma de racismo".
Também no texto diz que "não vai se eximir das responsabilidades diante ocorrido" e que tem "interesse em esclarecer a situação o mais rápido possível". "Estamos colaborando com as autoridades fornecendo todas as informações disponíveis".
O Extra também afirmou que "os seguranças envolvidos na morte do jovem foram imediatamente e definitivamente afastados" e "a companhia instaurou uma sindicância interna e acompanha junto à empresa de segurança e aos órgãos competentes o andamento das investigações".