Nesta terça-feira (19), um protesto organizado pelo Movimento Negro Unificado da Região dos Lagos (MNU LAGOS) em parceria com instituições de Movimento Negro, organizações de Direitos Humanos, ativistas de coletivos negros e organizações de mulheres, será realizado a partir das 18h em frente ao Mercado Extra localizado na Avenida Teixeira e Souza, no Braga, em Cabo Frio.
O ato cobra justiça pelo assassinado de Pedro Gonzaga, de 19 anos, promovido pelo segurança do Extra Barra da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, perante diversas testemunhas, dentre as quais, a mãe do jovem. Davi Ricardo Moreira Amâncio, 31, o segurança que asfixiou o jovem, foi preso em flagrante e liberado logo depois. Ele pagou uma fiança de R$ 10 mil e deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Pedro foi mais uma vítima do assustador índice de genocídio de jovens negros no Brasil, onde a cada 23 minutos um negro é assassinado.
“O Movimento Negro Estadual está se mobilizando para chamar atenção de autoridades, do Extra e de todas as demais empresas para que haja uma sensibilização sobre a violência sofrida pela população negra, principalmente os jovens. Nossa intenção é de que haja alguma reparação a todo esse preconceito histórico que criou toda uma desigualdade e o estereótipo de que todo negro, pobre ou favelado é bandido. Além da punição ao segurança responsável pela morte do Pedro, é preciso que o Extra e outras empresas façam algo efetivo, como treinamentos com seus funcionários, para mudar essa conduta de muitas vezes julgar pela aparência e tentar resolver as coisas na base da força bruta. Pedimos um basta a toda essa violência e um fim definitiva à essa cultura de preconceito e impunidade” - ressaltou Margareth Ferreira, do Movimento AfroLagos.
Em um manifesto nacional assinado por diversos Movimentos Negros e entidades de direitos humanos compartilhado nas redes sociais, os grupos afirmam que é preciso mais que punição do segurança que executou o jovem, mas também o fim da cultura punitiva e seletiva que marginaliza pobres, pretos e favelados, ressaltando que “seguranças, guardas patrimoniais e policiais militares, precisam de um treinamento humanizado e as empresas precisam ser responsabilizadas”.
DIREITOS HUMANOS REPUDIA ATO QUE CULMINOU NA MORTE DO JOVEM E INDICA MEMBRO PARA AJUDAR NA ORGANIZAÇÃO DO PROTESTO EM CABO FRIO
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH-RJ) vem manifestar nosso mais completo repudio com relação a mais uma manifestação de racismo e ódio. Dessa vez perpetrada contra a vida do jovem de 19 anos, Pedro Gonzaga, dentro das dependências da loja do Supermercado EXTRA na Barra da Tijuca.
Tomamos conhecimento da ação programada pela sociedade civil organizada, no sentido de cobrar providencias para que mais essa barbaridade não passe incólume e sem as devidas providencias por parte das autoridades constituídas, a serem realizadas na cidade de Cabo Frio.
Indicamos a companheira Cris Brasil, (membro da coordenação estadual) para representar o MNDH-RJ na organização do evento como também estar convocando as instituições filiadas, a se engajarem nessa iniciativa.
