Os comerciantes de Cabo Frio tem enfrentado dificuldades com o baixo movimento no comércio da cidade. A expectativa de melhora das vendas com a alta temporada não tem sido realidade neste começo de 2019.

"A alta temporada em dezembro já estava com o movimento ruim, deu uma melhorada nas vésperas do Natal, e, agora, caiu de novo. Tem sido bastante complicado e mal tem dado pra manter o estabelecimento", lamenta o proprietário de uma loja de acessórios para celular no centro da cidade.

Para Eduardo Rosa, presidente da Associação Comercial, Industrial e Turística (ACIA), o principal fator para a queda das vendas é a falta de segurança econômica dos consumidores: "A economia é um efeito dominó. É um sistema em que todos sofrem as consequências. Salários atrasados, eventos que não trazem dinheiro para a cidade, política caminhando a passos lentos. Tudo isso gera falta de credibilidade no mercado".

"O mês de janeiro esse ano foi de baixo movimento. Mesmo com a cidade cheia com turistas, eles não estavam muito dispostos a gastar com comércio. Pelo menos foi o que sentimos. A quantidade das vendas foram menores", afirma a vendedora Gabriela Lucena.

Os gastos com as compras de Natal em dezembro e as despesas com impostos e volta às aulas em janeiro são apontados como os motivos para dar "uma segurada" nas compras e no corte dos gastos não essenciais, de acordo com a cabo-friense Leila Corrêa. "Natal a gente sempre gasta um pouco além do imaginado. Chega janeiro tem IPVA, IPTU, matrícula na escola, material escolar... o jeito é segurar e economizar onde dá, até colocar todas as contas em dia".

Fatores ligados à política nacional também afetam diretamente a economia cabo-friense. "Questões como reforma da previdência, reforma tributária, investimentos nas áreas sociais e da indústria afetam a economia. O empresário tende a não investir e os funcionários, que também são consumidores, tendem a economizar, ficam com medo de gastar. As pessoas se retraem e ficam com medo de investir", explica Eduardo Rosa.