Movimentos de defesa da mulher de Cabo Frio divulgam carta de repúdio a maestro Budega

Cinco grupos se uniram e exigem rigor do sistema de justiça na apuração dos casos de estupro


O caso de denúncias de estupro contra o maestro Ângelo Budega, de Cabo Frio, que já foi condenado em primeira instância, chocaram a cidade nos últimos dias. A condenação diz respeito ao crime de violência sexual praticado contra a vítima, uma menina de apenas dez anos de idade, em 2010. Na época, a garota era aluna do músico, no projeto 'Apanhei-te cavaquinho'. Acontece que depois disso, surgiram outras denúncias, as quais estão sendo investigadas.

Contudo, a violência retratados nos casos causou uma onda de indignação e fez com que movimentos de defesa da mulher se unissem para cobrar da justiça celeridade no desfecho dos crimes.

Uma dessas cobranças veio por meio de uma Carta de Repúdio, pública, assinada pelos grupos que abraçaram a defesa das vítimas: Movimento de Mulheres de Cabo Frio (MMCF), Reação MULHER, Setorial de Mulheres do PSOL, Grupo IGUAIS e EcoAFRO, como segue.


O abuso e violência sexual de crianças e adolescente devem ser coibidos pela sociedade e o sistema de justiça

A violência sexual se inscreve como a mais torpe, hedionda e inaceitável pretensão de poder de posse dos corpos - que em sua maioria esmagadora tem como vítimas mulheres, meninas e adolescentes. Não somos coisas, objetos ou propriedade. Somos pessoas, sujeit@s de direito e não aceitamos uma gota a menos dessa condição.

A violência sexual mutila, adoece, rouba almas, silencia; mas as vítimas também se transformam em sobreviventes, como a musicista Kéren-Hapuk. E com sua força e coragem planta esperança de justiça.

Quando o tempo de silêncio transborda, traz a esperança de que os abusadores nunca mais possam ser capazes de ceifar outras almas e outras vidas.

O abuso e violência sexual de crianças e adolescente devem ser coibidos pela sociedade e o sistema de justiça.

Cada uma e cada um de nós convivem com crianças e jovens no âmbito privado, no seio de nossas famílias. E é no âmbito privado ou nos espaços de convivência e amizade, que se configuram troca afetiva e se constroem os laços de amizade, aprendizados e diversão, é quando se estabelece a confiança da criança e do adolescente, com quem interage.

Nesses lugares, estatisticamente comprovados, é onde se processam os abusos pelos familiares, pai, primos, irmãos, pelos vizinhos e educadores, entre outros.

Condenado em primeira instância por estupro de vulnerável, o maestro Ângelo Budega, diz respeito ao crime de violência sexual praticado contra a vítima, uma menina de 10 anos de idade, em 2010. A sentença foi julgada no dia 16 de janeiro último.

Na última segunda-feira (4), Kéren–Hapuk registrou um boletim de ocorrência contra Ângelo Budega, na DEAM de Cabo Frio. A acusação é de que Budega teria abusado da jovem quando ela tinha apenas 9 anos de idade e fazia parte do projeto "Apanhei-te Cavaquinho", coordenado pelo maestro. 

Diante do exposto, indignadas/os, vimos a público nos manifestar solidárias ao sofrimento de Kéren-Hapuk Andrav, fortalecer sua coragem em denunciar e exigir que o sistema de justiça do Rio de Janeiro/ Cabo Frio apure com máximo rigor a denúncia, a fim de que nossas meninas e jovens possam viver uma vida sem violência, na sua plenitude. 

A dor da violência sexual e suas consequências permeiam uma vida inteira. Todo apoio e solidariedade às meninas e jovens vítimas, na cidade de Cabo Frio.


                                                                                    NINGÚEM LARGA A MÃO DE NINGUÉM
                                                                            NÃO CALE. DENUNCIE. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA

 

MMCF-Movimento de Mulheres de Cabo Frio/ Reação MULHER/ Setorial de Mulheres do PSOL/ Grupo IGUAIS/ EcoAFRO

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