Os deputados estaduais eleitos pelo Rio de Janeiro tomaram posse na tarde desta sexta-feira (1º), em cerimônia no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa (Alerj). O governador Wilson Witzel e o vice Claudio Castro participaram da solenidade, que começou às 15h30, e foi presidida pelo deputado André Ceciliano (PT), presidente em exercício da Alerj. A cerimônia durou pouco mais de uma hora.
Seis dos parlamentares eleitos estão presos e, por esse motivo, não participaram da cerimônia. Uma reunião da Mesa Diretora deverá decidir neste sábado (2) como fica o mandato desses deputados na nova legislatura.
Da Região dos Lagos tomaram posse os deputados Dr Serginho (PSL) e o subtenente Mauro Bernardo (PROS), ambos de Cabo Frio. De Saquarema, foram empossados Franciane Motta (MDB) e Pedro Ricardo (PSL). De Macaé, Welberth Rezende (PPS/PSDB).
HOMENAGENS
Na abertura da solenidade, os deputados ficaram de pé para prestar homenagem ao deputado Wagner Montes (PRB), que morreu no Rio na semana passada. Montes foi deputado estadual em três legislaturas e foi eleito para a Câmara Federal em outubro.
Após serem chamados nominalmente, inclusive os presos e que não estão no plenário, os parlamentares fizeram o juramento e assinaram o termo de posse.
A deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), ao ser empossada, disse "Lula Livre". A plateia reagiu com palmas e vaias. Já o deputado Filippe Poubel (PSL), ao ter o seu nome lido, respondeu: "Bolsonaro Presidente". O deputado Flávio Serafini (PSOL), respondeu "Justiça para Marielle" enquanto segurava uma placa em homenagem à vereadora assassinada em março do ano passado.
DISCURSOS
No discurso de abertura, o presidente da casa, André Ceciliano destacou a renovação da Alerj. "Hoje, olhando para esta Casa - renovada em mais de 50% - tenho também renovada a certeza de que a confiança depositada em todos nós pelo povo fluminense será correspondida com muito trabalho", declarou.
Em seu discurso, o governador Wilson Witzel pediu união e ética. "Podem ter certeza de que o relacionamento do governo do estado com essa Casa será pautado pela moral e pela ética. Não fui eleito por todos, mas vou governar para todos. Venho pedir uma união construída no consenso, mas não no silêncio".
Ele lembrou em outro trecho a necessidade de reconstrução e respeito às instituições. "Estamos deixando para trás um cenário de terra devastada."
DEPUTADOS PRESOS
Cinco dos parlamentares foram presos na Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no RJ. São eles: André Corrêa (DEM), Chiquinho da Mangueira (PSC), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius Neskau (PTB). O sexto deputado eleito impedido de ser empossado é Anderson Alexandre (Solidariedade), que foi preso em operação do Ministério Público estadual.
Dos seis, Chiquinho da Mangueira foi o único que deixou a cadeia no dia 16 de janeiro por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Atualmente, ele está em prisão domiciliar e uma das medidas cautelares imposta pela Justiça é o uso de tornozeleira eletrônica.
Embora eleitos, a Justiça negou nesta quinta-feira (31) o pedido de dois deles, Marcos Abraão (Avante) e Luiz Martins (PDT), para que deixassem a prisão e pudessem ir à solenidade de posse. Caso não assumam os cargos em 60 dias, eles correm o risco de perder o cargo.
