Macaé têm vivido um caos na saúde pública. Após a Comissão de Saúde da Câmara constatar irregularidades nos Postos, onde a maioria não possui nem armazenamento para vacinas, o Hospital Público Municipal Irmãs do Horto (HPMIH) é o grande alvo da vez.
Recém-operada de problemas com a vesícula, Carla Fernandes, de 36 anos, procurou o hospital para fazer uma revisão, que teria que ser feita de 15 em 15 dias. No último dia 28 ela esteve na unidade para fazer o procedimento, mas saiu sem ser atendida. "Cheguei por volta das 10h da manhã, mas até às 17h o médico ainda não havia me chamado", contou. Por conta da grande demora, de aproximadamente 7h para receber o atendimento, ela voltou para casa, que fica no Engenho da Praia.
Nesta sexta-feira (4) Carla voltou ao hospital em uma nova tentativa. A revisão, que deveria ser feita de 15 em 15 dias, já completa 21. E novamente, a demora no atendimento deixa dúvidas se Carla vai conseguir receber atendimento médico. "Cheguei 12h, já são 16h15 da tarde e não fui atendida. Isso é um absurdo para um hospital tão grande como esse", lamentou.
Uma outra paciente, Doralice Junqueira (47), estranhou a falta de médico no consultório, e resolveu questionar com a recepcionista do hospital. "Ela disse que esperar faz parte e que uma hora o médico aparece", contou.
De acordo com os pacientes o médico sai com frequência da sala de atendimento, e demora horas para retornar. "Esperei mais de uma hora para o médico aparecer. Atendeu, pediu raio X, e sumiu mais uma vez. Já estou esperando há meia hora", revelou Doralice.
FARRA DOS MÉDICOS
No mês passado o prefeito Dr. Aluízio protocolou denúncia ao Ministério Público. Segundo o documento redigido pelo próprio chefe do executivo, os plantonistas do HPM, hospital que fica ao lado da unidade do Horto, fazem um “esquema” de revezamento na hora do atendimento.
Das 8h às 20h o setor de pediatria deveria atender com quatro pediatras, mas segundo a denúncia, apenas dois permanecem no plantão, enquanto outros dois descansam - o que é proibido.
Não é de hoje que pacientes fazem denúncias a respeito da ausência dos plantonistas. De acordo com eles, já flagraram, inclusive, médicos falando ao telefone ou trocando mensagens no estacionamento da unidade em pleno horário em que deveriam estar atendendo.
