Quase uma semana após o início da greve, os funcionários da SIT, empresa responsável pelo transporte público de Macaé, seguem paralisados. A não negociação ainda desagrada os trabalhadores.

Como medida paliativa, a empresa utiliza os ônibus da Macaense, que pertence ao grupo, para atender a demanda da população. A realidade é outra: ônibus não tão lotados e climatizados com ares-condicionados. Bem diferente do dia a dia encarado pelos passageiros.

“Se continuar assim, fica ótimo. Pelo menos vai ter valido o aumento da passagem” - pontuou uma passageira.

No entanto, a realidade está bem distante de ser tão aconchegante. “O que eles passam é a falsa impressão ao povo que tudo se normalizou e que terão ônibus de ar condicionado daqui para frente. E não é isso que acontece”, explicou um dos colaboradores da empresa.

Com a utilização de outros ônibus,  a sensação que se passa, de acordo com funcionários, é que o movimento é enfraquecido.

“A classe quer apenas um reajuste digno, são três anos sofrendo, o reajuste que foi nos oferecido não dá para pagar a metade de um valor de botijão de gás, fora as pressões absurdas que sofremos na garagem, coisas desumanas que estão tudo sendo denunciadas ao TRT/RJ o qual apoia a nossa classe. Não estamos fazendo baderna. Estamos fazendo tudo como a lei nos determina. Com salário defasado, com ônibus precários que arriscamos a nossa vida e a vida dos passageiros. A reivindicação abrange várias coisas, não é só o reajuste salarial” - explica o colaborador.

Anteriormente, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) havia proibido a Prefeitura de Macaé de disponibilizar vans e ônibus do transporte escolar para atendimento gratuito à população durante a greve dos rodoviários. A multa, em caso de descumprimento, chegava aos R$ 50 mil por dia.

A denúncia sobre o uso do transporte escolar para outra finalidade foi feita à Justiça pelo presidente do Sindicato de Transportes Rodoviários, Aluízio Viana.
Na ocasião, a prefeitura suspendeu integralmente as aulas nas escolas públicas na quinta e na sexta-feira, sob a afirmação de ser uma medida emergencial, determinou que a frota de ônibus e vans escolares ficasse à disposição da população com viagens gratuitas.

A equipe RC24h tentou entrar em contado com a SIT, mas até o fechamento desta matéria, não obteve nenhum posicionamento, tanto da continuação da greve e possível negociação, quanto à utilização de ônibus do mesmo grupo.