Greve: falta de negociação atrapalha vida de moradores em Macaé

Somente a circulação dos ônibus escolares voltou a funcionar


A falta de negociação com os funcionários da empresa responsável pelo transporte público em Macaé, a SIT, segue atrapalhando a vida dos moradores no início desta semana. Desde a última quinta-feira (27), os trabalhadores resolveram cruzar os braços devido às suas insatisfações com a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa.

Apesar das determinações judiciais de mínimo de frota em circulação, o que se vê nas ruas são números abaixo do mínimo. De acordo com um colaborador da empresa, dos, cerca de, 270 veículos, apenas 50 estariam em circulação. Mas a empresa afirma que metade da frota está circulando. Na manhã desta segunda-feira (1º), moradores do distrito de Córrego do Ouro, que fica na região serrana da cidade, protestaram, por causa da dificuldade de locomoção. Desde as primeiras horas de hoje, apenas três ônibus passaram pela localidade, quando deveriam ser 15 carros atendendo os passageiros do distrito.

Como consequência, o que se vê são os ônibus e pontos sempre lotados. “Eu até entendo o motivo da greve e acho justo. Mas está prejudicando todo mundo. Desde semana passada eu tenho chegado atrasada no trabalho. Patrão nenhum quer saber disso. Para eles a gente tem que bater o ponto na hora e fim. Essa direção e a Prefeitura tinham mesmo que tomar vergonha na cara e negociar direito com o pessoal. A gente fica mais de uma hora nesses pontos e, quando ônibus passa, passa lotado e não dá para entrar”, disse uma passageira que preferiu não se identificar.

Um vídeo divulgado na internet no último fim de semana mostrou que a empresa tomou uma medida extrema para retirar os seus da garagem e colocar em circulação. Uma parte do muro da empresa foi quebrado no sábado (29) e os ônibus foram deslocados para a Avenida Industrial onde passou a madrugada sob vigia. A medida foi tomada para que o transporte público não seja mais afetado devido à greve.

A medida revoltou ainda mais os trabalhadores. “Em nenhum momento está sendo impedido que de que esses 50% (número determinado pela justiça) entre e saia da garagem e até mesmo abasteça. Mas os responsáveis acharam melhor descumprir essa ordem. Arrumaram uma retroescavadeira e arrebentaram o muro e criou até uma pequena estrada por trás da garagem. Para ele (diretor) é mais fácil fazer isso do que negociar com a classe que está há três anos sem reajuste”.

Outro completou dizendo que “o que eles passam é a falsa impressão ao povo que tudo se normalizou e que terão ônibus de ar condicionado daqui para frente. E não é isso que acontece. A classe quer apenas um reajuste digno, são três anos sofrendo, o reajuste que foi nos oferecido não dá para pagar a metade de um valor de botijão de gás, fora as pressões absurdas que sofremos na garagem, coisas desumanas que estão tudo sendo denunciadas ao TRT/RJ o qual apoia a nossa classe. Não estamos fazendo baderna. Estamos fazendo tudo como a lei nos determina. Com salário defasado, com ônibus precários que arriscamos a nossa vida e a vida dos passageiros. A reivindicação abrange várias coisas, não é só o reajuste salarial”.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que nesta segunda-feira, dia 1º, a rede municipal de ensino terá seu funcionamento retomado e os alunos terão o transporte escolar circulando normalmente. No entanto, não se pronunciou a respeito da circulação dos demais.

Entenda a greve:

Os funcionários da empresa responsável pelo transporte público da cidade afirmam que, em 2016, deveriam ter tido os salários reajustados em 16%, mas receberam aumento de apenas 9,5%. A empresa chegou a fazer uma proposta de 2% de reajuste, mas acabou causando revolta nos trabalhadores, o que deu início à greve.

A categoria afirma que não recebe reajuste salarial adequado há três anos. De acordo com o sindicato, o impasse sobre o reajuste salarial acontece desde 2017.

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