BOCA MIÚDA: Os bastidores da política na Região dos Lagos nesta terça-feira (11)

A entrevista de Alair Corrêa na InterTV; Os argumentos do prefeito de Cabo Frio e os números que não batem; Marquinho Mendes não participou da votação da PEC 241; As denúncias de Janio na Alerj; O indeferimento de Walter Lúcio


DIGNIDADE PRA QUEM?

Em entrevista no RJTV 1ª Edição, da InterTV, o prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP) disse que a população não deve esperar muito do governo dele nessa reta final. Segundo o chefe do Executivo, ele pretende encerrar o mandato com dignidade. A apresentadora Ana Paula Mendes então perguntou: “- E qual é a dignidade que o senhor fala, quando tem um funcionário dizendo que não tem o que comer? O que o senhor tem para falar a ele?”. Alair simplesmente respondeu: “- Pagando a ele de acordo com a entrada da receita. Se não tem dinheiro, não tem como pagar”. Cabe aqui um questionamento da redatora desta coluna: - Sr. Prefeito, que dignidade é essa?

 

 

VERGONHA ALHEIA

Quando indagado pela jornalista se sente vergonha, Alair Corrêa respondeu que sim, pois está fazendo um governo que não paga o salário em dia, não recolhe o lixo e não tapa os buracos da rua. Mas é só isso. Quando perguntado se ele encerra a carreira desta maneira, ele disse que não, que vai dar a volta por cima. “Ter vergonha é a prova de que se pode dar a volta por cima. Estou com vergonha e venho a público dizer isso. Mas a culpa não é minha e sim da receita, que teve queda de R$ 300 milhões. Na hora que os outros entrarem, o povo vai ver que não era má gestão e sim falta de recurso”, disse Alair Corrêa.  Será que é isso mesmo?

 

 

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR

A jornalista Ana Paula Mendes, na entrevista foi quase perfeita. Ela apertou o prefeito e fez perguntas muito pertinentes com o momento em que vive a cidade de Cabo Frio. Ela só deixou de fazer a pergunta que está na presa na garganta de todo servidor, que é: “- Prefeito e o salário do senhor, também está atrasado?”.

 

 

 

OS NÚMEROS NÃO BATEM

Apesar de Alair Corrêa bater sempre na mesma tecla, depositando a culpa de todos os problemas na crise financeira, na queda da arrecadação e no Plano de Cargos e Salários. Os números insistem em contrariar todos os argumentos. A previsão orçamentária para 2017 já foi enviada para a Câmara de Vereadores e está estimada em R$ 782.952.711,01. O orçamento deste ano é de R$ 863.032.623,38 e, qualquer cidadão que consiga fazer uma conta rápida vai chegar à conclusão que as contas não fecham e também não explicam o atraso no pagamento dos servidores e no caos nos serviços básicos prestados à população. Cá entre nós, argumentar que, apesar da crise, os sete hospitais e uma UPA continuam abertos, não convence ninguém. De que adianta unidades hospitalares funcionando precariamente? Com certeza a população iria preferir um hospital em plenas condições de atendimento do que um monte aberto sem remédio, médicos e insumos.

 

 

MARQUINHO NÃO VOTOU A PEC 241

O deputado federal Marquinho Mendes (PMDB) não participou da votação da PEC 241, ocorrida na segunda-feira (10), no Congresso Nacional, em Brasília. Segundo ele, a ausência ocorreu porque estava reunido com advogados no Rio de Janeiro, aguardando o julgamento do recurso pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O recurso chegou a entrar na pauta, mas foi retirado a pedido da relatora, desembargadora Jaqueline Montenegro, que pediu vistas do processo. O recurso deve retornar para a pauta do TRE na próxima segunda-feira (17).

 

 

DENÚNCIAS DE JANIO NA ALERJ

Em discurso na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Janio Mendes (PDT) disse que todos devem fazer uma profunda reflexão sobre o papel dos tribunais nas eleições. O deputado falou sobre Cabo Frio e que a mini reforma eleitoral não teve efeito sobre a influência do dinheiro e da marginalidade do tráfico. Segundo Janio, essa foi a eleição mais violenta de todos os tempos. O parlamentar falou ainda na judicialização das eleições. "Minha cidade vem sofrendo com a forte influencia há 20 anos. A judicialização da eleição é um processo que acontece a cada eleição e os prefeitos com liminares se impõe", disse Janio. O deputado fez ainda graves denúncias sobre compra de liminares, citando uma setença feita pelo juiz Caio Romo, de Cabo Frio, em que ele cita a saída suspeita de dinheiro para a compra de liminares no Rio de Janeiro.

 

 

 

 

MAIS UMA DERROTA DOS CARDOSO

A derrota do candidato a prefeito do PMDB em Arraial do Cabo não foi só nas urnas. Walter Lúcio, o Tê, perdeu o recurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na noite de segunda-feira (10), os desembargadores decidiram, por unanimidade (6x0), em manter indeferido o registro de Tê. O irmão dele, Walter Felix, o Piolho (DEM) também perdeu o recurso e o registro da candidatura dele também foi indeferido pelo tribunal. Com mais essas derrotas, a família Cardoso vai enterrado, cada dia mais, a carreira dos entes políticos.  

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