Colunista RC24h - Alexandre Costa - Amor vs Paixão: entenda qual é a diferença e como usar isto a seu favor


Estamos no verão e algumas teorias dizem que o clima tropical e quente facilita amar e apaixonar-se, mas o que é Paixão e Amor? O que significam estas palavras? Como saber se está apaixonado, amando ou vivenciando os dois sentimento ao mesmo tempo? São conceitos extremamente relativos e variáveis de cultura para cultura e até mesmo, de pessoa para pessoa.


Então aqui vamos nos referir a paixão como sendo aquela atração quase que irracional, quando o coração fica acelerado, as mãos trêmulas, vem um sentimento de euforia, o pensamento se fixa na pessoa, querendo estar perto o máximo possível, causando ansiedade, insônia, dificuldade em se concentrar e realizar qualquer tarefa que não esteja relacionada com o foco da paixão.


Para o apaixonado, estar com a pessoa desejada ou simplesmente imaginá-la já é o suficiente para ativar o sistema de recompensa do cérebro, responsável pela liberação de hormônios como feniletilamina, dopamina (reguladora do desejo), serotonina (proporciona o sentimento de felicidade), norepinefrina (causa euforia), oxitocina (causa a sensação de prazer e de bem estar) e vasopressina (fortalece o desejo de querer estar próximo), que influenciarão os comportamentos da pessoa para manter a paixão.


Este bombardeio hormonal no organismo, ativa conexões cerebrais que causam sensações semelhantes às provocadas pelo consumo de drogas como à cocaína e à anfetamina. Estes hormônios afetam a forma como a pessoa pensa, sente e se comporta, o que explica o porquê as pessoas apaixonadas mudam tanto e fazem coisas que não fariam em outra situação. E é claro que caso todo este investimento não seja correspondido, isto causara frustração, angústia e dor.


Embora a sensação de estar vivendo uma grande paixão pareça ser eterna, com o passar do tempo, o organismo cria resistência ao seu efeito e a paixão vai se apagando. Pesquisas indicam que o tempo de vida de uma paixão é bem curto, podendo durar de algumas semanas a no máximo 36 meses. É nesta fase que muitos terminam seus relacionamentos creditando que o "amor" acabou, mas na verdade, o que acabou, foram os efeitos entorpecentes dos homônimos da paixão.


O amor, por outro lado, é uma construção, que ocorre durante as relações, influenciado pelas afinidades e experiência vivenciadas entre duas pessoas, é mais consciente e valoriza aspectos como o companheirismo, confiança, afetividade, tolerância e ao contrário da paixão, com a continuidade destes aspectos, ele tende a se fortalecer com o tempo.


Então, não tenha medo de amar ou apaixonar-se, mas tente investir os seus sentimentos no que vale realmente a pena. A paixão e o amor correspondidos melhoram a qualidade de vida e fazem bem para a saúde.


Se você está em um relacionamento apaixonado e quer que esta história seja duradoura, viva esta paixão intensamente, busque a realização de atividades diferentes da rotina para estar sempre reavivando o fogo da paixão, mantendo a chama acesa, mas também aprenda a construir um verdadeiro amor que sustentará esta união caso este fogo se apague.

 

*Alexandre Costa – Colunista do RC24h, Psicólogo, especialista em sexualidade humana e bacharel em Teologia. Psicólogo Clínico Comportamental na Clínica Oficina do Corpo e componente da equipe multidisciplinar do Programa Vivendo e Aprendendo da SEPRED – Coordenadoria de Prevenção ao Uso de Drogas de Cabo Frio.

 

Categorias: Comportamento

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