Caso de atropelamento sem socorro quase vitimou outro ciclista

Luís Carlos Dorneles Emiliano, de 57 anos, ficou duas horas desacordado com uma fratura exposta, dez dias internado e passar por três cirurgias.


O pedreiro Luís Carlos Dorneles Emiliano, de 57 anos, morador do Guaraní, em Cabo Frio, ainda se recupera de um acidente que quase custou sua vida. Ele faz parte da estatística de casos de atropelamento de ciclistas em que os motoristas responsáveis fugiram sem prestar socorro. 


O drama pessoal de Luís Carlos começou no dia 14 de julho, data do acidente, e o impacto físico e psicológico ainda é claramente visível no homem que passou duas horas desacordado com uma fratura exposta, dez dias internado e ainda teve que passar por três cirurgias.

 
- Aproveitei uma terça-feira que estava de folga, peguei minha bicicleta e fui pescar, como faço de costume há mais de 20 anos. Levei uma barraca para passar a noite na Praia Grande, na altura de Figueira. Como começou a bater um noroeste muito forte, resolvi voltar para casa. Quando estava quase chegando na última curva antes da estrada da Vila do Sol, simplesmente apaguei. Acredito que tenha ficado cerca de duas horas desacordado e, quando despertei e tentei me levantar, percebi que minha perna estava com uma fratura exposta, praticamente pendurada e virada para trás. Fiquei desesperado e tentei me arrastar até a estrada, mas a dor era insuportável - relatou.

 

A sorte de Luís Carlos é que os guarda parques do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Leonardo Sandre Oliveira e Marcos Vinícius Ribeiro, voltavam de uma ocorrência de apreensão de pássaros em Monte Alto. Eles teriam avistado algo estranho em meio ao matagal para onde o pedreiro foi arremessado, e resolveram averiguar

 

- Os dois guardas que me ajudaram salvaram minha vida. Fui arremessado a uma distância de mais de dez metros da pista, e quase caí desacordado dentro de um valão que existe em volta da pista. Os bombeiros que me resgataram disseram que, se os guardas não tivessem me avistado, certamente eu teria morrido em decorrência da gravidade dos ferimentos - detalhou.


Após ser resgatado pelo corpo de bombeiros, Luís Carlos foi levado para o Hospital Geral de Arraial do Cabo, sendo transferido poucas horas depois para o Hospital Regional de Araruama, onde ficou dez dias internado e passou por três cirurgias para a colocação de pinos na perna esquerda.  

 

O pedreiro ainda recebe acompanhamento médico, mas afirma estar se recuperando bem. Ele garante que voltará a andar de bicicleta, mas acredita que nunca esquecerá o que aconteceu e nem pretende repetir o trajeto que sempre fez alegremente durante duas décadas.

 

- Creio que não conseguirei mais pedalar tranquilamente. Não dá para entender como alguém pode quase tirar a vida de outra e fugir como se nada tivesse acontecido. Não está faltando respeito só com os ciclistas, está falta respeito pela vida humana - lamentou.
 

 

 

Com base em matéria da Folha dos Lagos

Categorias: Trânsito

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