Depois dos hoteleiros, o lamento é dos barraqueiros da Praia do Forte, em Cabo Frio. O feriado de Corpus Christi - já sabido que não é o que mais atrai turistas para a cidade na baixa temporada - está sendo alvo de reclamações generalizadas desses comerciantes. Isso porque as vendas estão sendo em menor escala com relação ao ano passado. A crise já chegou na praia.
Tem barraqueiro cercando turista já na entrada da praia para tentar garantir o pão daquele dia. Quem tiver melhor desempenho leva o cliente. Mas todo mundo respeita o espaço do outro. Em dias de baixo movimento, a criatividade e disposição é um diferencial. Cássia que o diga. Ela trabalha na "Barraca do Dedé" há duas décadas. A barraca existe há 35 anos.
"Em 20 anos de serviço aqui na Praia do Forte nunca precisamos fazer isso (chamar o turista que acaba de chegar na praia). E nesse feriado, olha só, partimos para a propaganda boca a boca, senão não vende", disse Cássia que depois de conversar com a reportagem correu para cercar um grupo que chegava na praia.
Anderson de Souza, de 21 anos, disse que há seis ajuda o tio na barraca da praia, que fica na direção da Praça das Águas. Sentado à sombra, ele disse que no ano passado, apesar do baixo movimento que é comum nessa época, não ficava "a uma hora dessas (pouco depois do meio-dia desta sexta) descansando, sem ter quem atender". "Esse horário depois do meio-dia é o auge do movimento aqui, mas está fraco mesmo", ressaltou o rapaz.
E não só os barraqueiros, mas também os ambulantes de milho, salgados, picolés, chapéus e óculos escuros. "Tá difícil vender nessa praia hoje", disse um vendedor de óculos, parado na praia com outro colega do mesmo trabalho. Outro que lamentou bastante foi o vendedor de milho Fábio Santos. Trabalhando na Praia do Forte desde os anos 90, o vendedor reclamou, mas disse que nessa época é assim mesmo. "É a crise né? Mas está pior que no ano passado", completou.