Presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento
Regional da Alerj, a deputada estadual Marcia Jeovani (PR) vai reunir diversas
autoridades na Alerj para discutir a mortandade de peixes na Lagoa de Araruama,
afetando os seis municípios da Região dos Lagos.
O evento acontece nesta terça-feira, dia 14 de abril, às 11
horas, no Palácio 23 de Julho, auditório Nelson Carneiro, e vai mobilizar
representantes das Secretarias Estaduais de Agricultura e Ambiente, Inea,
Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Rio), Consórcio Intermunicipal Lagos São
João, concessionárias, secretários municipais, vereadores, biólogos e colônias
de pescadores, para um amplo debate sobre as causas e consequências da morte de
milhares de peixes nos últimos meses e com o intuito de apontar soluções para o
problema na área lagunar.
"A mortandade de peixes é um assunto que vem sendo
abordado pelos especialistas na área e precisamos de uma mobilização para
descobrir os motivos reais desse fato, já que não só a Região dos Lagos vem
sofrendo com isso, como também o próprio Rio de Janeiro que tem também na Lagoa
Rodrigo de Freitas uma referência para a prática de esportes. Só neste final de
semana foram recolhidos mais de 460 kg de peixes mortos na capital e a falta de
oxigenação é apontada como uma das causas", destacou a deputada estadual
Marcia Jeovani.
Por dois dias consecutivos foi registrada a mortandade de
peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas, que irá receber as competições de remo e
canoagem nas Olimpíadas de 2016. Vários peixes também foram encontrados boiando
na Lagoa de Piratininga, em Niterói, no início de março deste ano. Segundo o
INEA, a elevação da temperatura da água e as alterações climáticas foram
apontadas como causa mais provável para a mortandade dos peixes, em decorrência
da queda do oxigênio dissolvido.
Fatos semelhantes ou motivos diferentes, essa discussão não
é de hoje e os técnicos acreditam que o aumento da salinidade na Lagoa de
Araruama e as microalgas são geradoras do baixo nível de oxigenação no
balneário, especialmente no trecho entre os municípios de São Pedro da Aldeia e
Cabo Frio. As fortes chuvas e a entrada de água doce, proveniente da estação de
tratamento de esgoto das concessionárias, afetam diretamente o equilíbrio do
ecossistema. "Vamos apontar mais uma vez a necessidade de reutilização
dessa água tratada nas áreas rurais para o avanço da agricultura familiar, até
mesmo para evitar esse desequilíbrio ambiental", destacou a parlamentar.
A deputada estadual Marcia Jeovani salientou: "Sabemos
que essa situação afeta também o turismo e principalmente a pesca, que já
contabiliza prejuízos com a mortandade de peixes. Precisamos pensar num plano
de ação para ajudar os pescadores, que não podem contar apenas com o auxílio do
defeso. Inclusive, já apresentamos na Alerj o projeto de lei nº 198 autorizando
o governo estadual a criar os frigoríficos pesqueiros nessas áreas e temos
certeza que o governador será sensível a essa causa".
A parlamentar ainda vai anunciar amanhã um projeto de lei de
sua autoria sobre o reuso de água não potável.