Pezão vai encontrar Dilma e entregar plano para prevenir consequências de estiagem no Estado

Na segunda-feira (26), mais um reservatório que abastece o Estado atingiu o volume morto


O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), vai entregar nesta quarta-feira (28) à presidente Dilma Rousseff, em Brasília, um plano para reduzir as consequências da estiagem no Estado. De acordo com o governo estadual, o trabalho foi feito por técnicos da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) e da Secretaria de Estado do Ambiente.

- Vou me encontrar com a presidente Dilma para discutirmos ações e projetos de combate à seca.

Na segunda-feira (26) o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) informou que o reservatório de Santa Branca, um dos quatro que abastece o Estado do Rio de Janeiro, atingiu o volume morto. em boletim diário datado de domingo (25). O Santa Branca é o segundo dos quatro reservatórios a chegar ao nível zero. Na última quinta-feira (22), o reservatório de Paraibuna também atingiu o volume morto.

Programa de reflorestamento e projeto de saneamento

O governador vai mostrar também à presidente um programa de reflorestamento das margens dos rios Paraíba do Sul e Guandu e o projeto de saneamento da região metropolitana do Rio. Durante o lançamento do Programa Rio Emergencial Rural, em Italva, noroeste do Estado, na segunda-feira (26), o governador disse que algumas cidades podem ser prejudicadas se a estiagem continuar.

O Programa Rio Emergencial Rural, composto de ações que vão beneficiar cerca de 13 mil pequenos produtores rurais atingidos pela estiagem, vai ter investimento de R$ 23 milhões do governo do Estado e R$ 30 milhões do Banco Mundial (Bird), por meio do Programa Rio Rural, nas regiões norte e noroeste, além de estender o auxílio a agricultores familiares de São Sebastião do Alto, Cantagalo e Trajano de Moraes, cidades da região serrana.

Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Christino Áureo, entre as ações incluídas no plano, haverá a perfuração de poços artesianos para uso coletivo. Os recursos serão aplicados, também, em sistemas de nutrição para os rebanhos, que, na estiagem, sofrem com a falta de pasto.

O secretário disse que alguns poços estão em fase de outorga, e os técnicos vão começar também a fazer a prospecção dos melhores mananciais. Enquanto isso, a secretaria começa a trabalhar, esta semana, na recuperação de açudes, o que pode ser feito em prazo mais rápido.

- Os poços precisam de um processo de licitação ou de concorrência, que está sendo ajustado com o Banco Mundial. Acredito que em 30 dias nós já tenhamos ações com equipamentos nas áreas de açudes e [tenhamos] os poços artesianos para servir às comunidades rurais e às propriedades em mais 30 ou 40 dias.

A estimativa é a construção de 100 poços, número que pode ser aumentado, caso a estiagem se torne mais grave.

- Se nós não tivermos nenhum alívio em fevereiro, que parece que vai ser um mês seco de acordo com as previsões, se março e abril não compensarem isso, evidentemente, que, ao longo do ano, teremos que rever para cima os investimentos nesta área.

Áureo informou que o Estado vai encaminhar um ofício ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal pedindo a prorrogação dos financiamentos rurais de investimento e custeio das duas instituições financeiras, assim como das linhas de créditos que contam com recursos estaduais.

- A estiagem já está afetando a capacidade de pagamento dos produtores. Muitos produtores, numa época dessa, não precisariam comprar insumos para a alimentação do gado de leite, por exemplo, mas já estão há três ou quatro meses com essa despesa adicional e dependem de repactuação dos seus empréstimos até ganharem capacidade de pagamento para repor estes valores.

A secretaria de Agricultura informou que, para receber os benefícios, os proprietários terão que adotar práticas indicadas pelo Programa Rio Rural, que promove a agricultura sustentável em 350 microbacias do estado. O programa começou a funcionar em 2008, e, com o apoio de recursos do Bird, entre outras ações, houve a preservação de nascentes, o replantio de matas ciliares e ações de manejo sustentável.

Agência Brasil
Categorias: Política

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