Em mais uma tentativa, SOS Dunas do Peró realiza protesto em frente à Prefeitura de Cabo Frio

Manifestação pede a Alair Corrêa que não renove a licença ambiental da obra do Club Med


Desde que foram retomadas, as obras do futuro Club Med Cabo Frio, no Peró, estão dando dor de cabeça e apreensão aos integrantes e simpatizantes do Movimento SOS Dunas do Peró. Por isso, mais uma vez, eles protestaram nesta terça-feira (16), em frente à sede da Prefeitura, na Praça Tiradentes. 

Segundo os manifestantes, a licença ambiental da obra vale somente até dia 27 de dezembro, quando deverá ser renovada. O objetivo do movimento é que não seja. Depois do manifesto no Paço Municipal, eles se encaminharam para a porta da Câmara de Vereadores para tentar nova pressão ao poder público. Apesar de não terem sido recebidos por ninguém da administração municipal, mais cedo, antes da manifestação, um dos integrantes do movimento teve uma conversa com o secretário municipal de Planejamento, Robson Pereira de Souza, que é quem acompanha o projeto. "Saí de lá muito apreensiva. Não sei se vai adiantar", disse.

O setor jurídico do empreendimento afirma que está tudo regular e que as obras vão continuar. Tanto que as obras seguem a todo o vapor naquela região, dia e noite. Segundo os manifestantes, a obra só está sendo possível, parte, "graças" a uma mudança na lei de uso do solo do município, no ano de 2006, quando, no zoneamento, aquela área mudou de Área Rural (não se pode lotear) para Área de Expansão Urbana, situação em que loteamentos são legais.

O professor José Antônio Nader, que integra o SOS Dunas do Peró, explica que o primeiro projeto apresentado para a construção do empreendimento "era impecável" e trazia todo um cuidado ambiental. Mas que isso foi mudando com o tempo e o atual projeto é de "total destruição das dunas". "Esse (primeiro) projeto era todo certinho, com um detalhe muito interessante: ninguém sequer pisaria nas dunas, já que toda a obra seria feita em cima de pilotis, ou seja, tudo ecologicamente correto. Depois foi mudando e agora é isso que estão fazendo: cometendo um crime ambiental. Para se ter uma ideia, o projeto original mostrava que o a distância entra a obra e o mar era de 100 metros de distância. Depois alteraram para 50 metros. Agora são 10 metros apenas. O que eles querem? acabar com o meio ambiente? Destruir as dunas. Isso pode causar um verdadeiro desastre ambiental", frisou o professor.

"Seu Manoel do Peró", como gosta de ser chamado, também faz parte do Movimento e estava colocando a garganta para funcionar no protesto. "Alair, por favor, não se transforme no 'coveiro das Dunas'. Ainda dá tempo prefeito! Corrija o erro cometido por Marquinho Mendes", gritava Seu Manoel.

Vendas dos lotes do Club Med vão arrecadar mais de R$ 1 bilhão

O Club Med terá 1.073 lotes de 800m² cada, a um valor médio de R$ 800 mil (os lotes frente-mar custam o dobro). De acordo com a assessoria de imprensa do Club Med, o Village de Cabo Frio será o 4º resort da rede no país, que já conta com unidades em Itaparica (BA), Trancoso (BA) e Rio das Pedras (RJ). O empreendimento está sendo construído em parceria com a Costa Verde Participações, do empresário Ricardo Amaral.

Estudantes da UFRJ terão aula no local das obras para falar sobre impacto ambiental

Nesta quarta-feira (17), professores da Uerj, UFF e UFRJ darão um "aulão" sobre impacto ambiental próximo ao local onde será construído o empreendimento. Cerca de 60 estudantes da UFRJ vão estar lá a partir das 9h30. O Movimento SOS Dunas do Peró também foi convidado para assistir e deverá participar também.
Categorias: Meio Ambiente

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