De volta ao governo, prefeito de Araruama diz que foi vítima de perseguição política

Miguel Jeovani afirma que oposição faz de tudo para atrapalhar a vida política dele desde 2008


O prefeito de Araruama, Miguel Jeovani (PR), de volta ao governo há 13 dias, afirmou que o afastamento dele da prefeitura, por 150 dias, foi ocasionado por grande conspiração política da qual ele é alvo desde 2008. Em entrevista ao RC24H, ele falou sobre o assunto pela primeira vez e garantiu que tudo não passou de "covardia e exagero". Miguel Jeovani aponta o grupo político do deputado estadual Paulo Melo (PMDB) como o culpado pela conspiração política.

Miguel Jeovani foi afastado da Prefeitura de Araruama no dia 29 de janeiro deste ano, a pedido do Ministério Público (MP). Desde então, ele passou por investigação, no processo que apura suspeita de fraude em licitação pública para a compra de merenda escolar. Uma vez fora da cadeira de prefeito e com os bens bloqueados pela Justiça, Miguel Jeovani e os advogados de defesa travaram árdua batalha judicial, na tentativa de retornar ao cargo. Volta garantida graças a liminar deferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 2 de julho último.

"Todo o processo foi um prejuízo moral, pessoal e até para os meus negócios. Foi muito difícil e jamais pensei em passar por isso. Sou um empresário bem sucedido na região. Tenho 1,8 mil funcionários. Comecei a trabalhar aos nove anos de idade no comércio e na roça. Sou de família humilde, cujos princípios são o caráter e a dignidade. Jamais tirei dinheiro de ninguém, muito menos do poder público", desabafou.

O exagero do MP

Para Miguel Jeovani, o Ministério Público pode entrar a qualquer hora na Prefeitura de Araruama, mas a forma como foi conduzida a operação do dia 29 de janeiro, para o prefeito, foi muito exagerada.

"O MP pode entrar na prefeitura a qualquer momento, mas não do jeito que foi, deixando parecer que aqui só trabalham bandidos. Não é assim. Vieram pegar um processo e levaram mais de 100. Meu nome nem aparecia na primeira acusação, diante do erro, fizeram outra e me colocaram no meio. Foi então que o juiz mandou me afastar para não atrapalhar as investigações. Assim eu fiz. Não dei declarações e me calei. O que foi um erro. Um político nunca pode ficar parado", disse Miguel Jeovani.

Perseguição política desde 2008

Segundo ele, tudo começou em 2008, quando ele resolveu entrar para a carreira política e se candidatar a prefeito de Araruama. Naquela época, Miguel Jeovani garante que perdeu a eleição porque a oposição forjou um documento, indicando que ele era o presidente de uma creche.

"A creche é mantida pela minha empresa. Trata-se de um projeto muito bonito. Na época eu era presidente, mas saí no prazo regimental, previsto por lei. Então, eles lançaram uma carta, às vésperas da eleição, dizendo que, por essa razão, minha candidatura estava impugnada. Tudo mentira, mas me custou a eleição", contou o prefeito.

Mas ele não se deu por vencido. Na eleição seguinte, ele se candidatou a deputado estadual. "Araruama não tinha um representante na Alerj há 50 anos. Todos os votos iam para Paulo Melo, que por sua vez, não faz e não fazia nada pela cidade", disse Miguel Jeovani.

Eleito com 44.164 votos, dos quais 30 mil de eleitores araruamenses, ele entrou para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). "Na época, na eleição para a presidência, houve desistências. Então, contrariando meu partido, votei em Paulo Melo. E justifiquei meu voto na tribuna, dizendo que eu estava votando nele, contando que teríamos força para avançar com projetos em Araruama e Região. Ele agradeceu e afirmou que me ajudaria. Em vão! Desde aquele dia, uma vez na presidência da Casa, ele tentou atrapalhar todos os meus projetos. Foram mais de 400 emendas e indicações e nenhuma delas foram para frente", desabafou finalizando.

"E a perseguição continua. Todos sabem que o grupo de Paulo Melo tem grande influência em várias esferas do poder e do Estado. Mas posso garantir, que saio deste desafio mais fortalecido. Meu nome, garanto que não vão conseguir sujar. Se é que existe Justiça, então a verdade vai aparecer e todos poderão confirmar que não fizemos nada de errado. Pelo contrário, trabalhamos pelo povo", finalizou.
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