ELEIÇÕES 2014: Rio de Janeiro tem o cenário eleitoral mais inusitado de todos os tempos

Romário com Lindberg, César Maia com Pezão. Eleitores assistem confusos a fusão de rivais históricos para o pleito deste ano


Foi dada largada para a corrida eleitoral, rumo à presidência da República, governo do Estado, Assembleia Legislativa, Senado e Câmara Federal. Mas o que o eleitor tem visto no Rio de Janeiro pode ser considerado, no mínimo, inusitado. Alianças entre partidos e figuras políticas que eram considerados rivais históricos, que deixou muita gente de queixo caído, e traições partidárias, que tem dado o que falar na imprensa e bastidores da política.

Entre as alianças inusitadas está a de Luiz Fernando Pezão (PMDB) e César Maia (DEM), descartando o PDT, de Carlos Lupi, da chapa que concorre ao Senado. Aliás, não foi só esta a facada que os peemedebistas deram nos pedetistas. No sábado (5), praticamente nos 45 minutos do segundo tempo, a coligação "O Rio em Primeiro Lugar", divulgou a troca do vice. Isso mesmo! Na punhalada fatal, o grupo de Cabral/ Pezão, anunciou que o candidato a vice não seria mais Felipe Peixoto (PDT), mas sim Francisco Dornelles (PP).

Isso deixou os pedetistas sem chão e sem tempo de mudar o rumo da campanha, já que não há mais tempo para o partido mudar de lado e apoiar outra chapa. Além disso, os valiosos minutos de TV já foram contabilizados para Pezão. As rasteiras que o PDT ganhou deixaram o partido em maus lençóis, podendo comprometer na formação das bancadas na Alerj e na Câmara Federal.

Quem terá de avaliar o lado que vai apoiar nesta eleição, é o prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa (PP), que por várias vezes sinalizou a preferência pelo candidato e deputado federal Anthony Garotinho (PR). Mas, todos sabem das alianças entre Alair e Dornelles, que são velhos conhecidos e amigos, então, tudo indica que o prefeito também pode mudar de opinião.

O vale tudo fluminense

Se o eleitor for se basear na majoritária para escolher em quem votar para governador, deputados estadual e federal e senador, poderá se surpreender com o que vai encontrar. Isso porque no Estado do Rio de Janeiro, o PT não é aliado do PMDB. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o vice dele Francisco Dornelles (PP), estão caminhando com o tucano Aécio Neves (PSDB) para presidente. Ao contrário da aliança Dilma (PT) e Michel Temer (PMDB) como vice.

Escanteado pela presidente Dilma Rousseff nas eleições estaduais do Rio de Janeiro, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) deu o troco. Ele fechou aliança com o PSB, de Eduardo Campos, e terá como candidato ao Senado o deputado Romário (PSB-RJ). "Muita gente dizia que estávamos isolados, mas marcamos um gol de bicicleta", disse Lindbergh. 

Os dois, inclusive, caminham lado a lado, na tarde desta segunda-feira (7), em Cabo Frio. A despeito da aliança com o PSB, de Eduardo Campos, que tem feito duras críticas ao governo federal, Lindberg afirmou que o palanque dele, no Rio, será exclusivo da presidente Dilma. O Palácio do Planalto, por sua vez, vinha sinalizando que preferia a aliança com o atual governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB. O que não aconteceu.

Romário fecha alianças pelo Estado todo

Quem mais parece um trator no que se refere ao fechamento de alianças partidárias, é o ex-jogador de futebol e deputado federal, Romário. A Região dos Lagos, inclusive, é uma das escolhidas por ele para firmar parcerias. Já conseguiu apoio do prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa e também do deputado federal Paulo César (PRB), que na região é o candidato do baixinho na região.

As alianças não são contraditórias somente em âmbito estadual. Em Cabo Frio, o vereador do Solidariedade, Aquiles Barreto, chegou a se afastar do cargo para coordenar a campanha de Lindberg Farias (PT). Segundo ele mesmo disse, o SDD lhe concedeu uma licença especial para que pudesse trabalhar na campanha petista. Detalhe: O SDD faz parte da coligação de Aécio Neves (PSDB) e Pezão (PMDB). 
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